quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Um Deus para cada Homem

Rapazes descubra SUA PERSONALIDADE arquéptica entre os oito deuses gregos:



Baseando-se no panteão das divindades gregas, uma nova psicologia foi apresentada por Jean Shinoda Bolen (psiquiatra e analista junquiana) em seu livro "Os Deuses e o Homem", que usou os conceitos de Carl Jung para estudar os oitos deuses gregos que correspondem a oito tipos de personalidade masculina.

Em seu livro apresenta os homens e a psicologia sob uma nova luz e afirma que o homem que tem consciência do deus(es) que está ativo nele, torna-se apto a fazer escolhas, sabendo que opções ou rumos são prováveis que lhe sejam mais satisfatórios. Jean nos presenteia com o que ela chama de uma "visão binocular" da psicologia, ou seja, "...uma visão em profundidade que leva em conta, ao mesmo tempo, os poderosos arquétipos que requerem conformidade, no esforço de compreender onde se situam nossos conflitos e como poderíamos melhor alcançar a plenitude."

Deuses e Deusas co-habitam em todos os indivíduos e através deles pode-se olhar num espelho e ver nossas verdadeiras feições pela primeira vez. Este lampejo de percepção pode revelar aquilo o que os outros reagem em nós, expondo-nos de uma forma mais a nós mesmos. Os deuses, são forças invisíveis, entretanto poderosas que atingem a personalidade, o trabalho e os relacionamentos. Estes diferentes arquétipos são responsáveis pela criação da diversidade entre os homens e pela complexidade masculina, qualidades que os tornam genuínos. São os deuses que ditam emoções e comportamentos, quer sejam reconhecidos ou não. Seu reconhecimento consciente ajudam o homem a se assumir como é e motivam-no a levar uma vida que lhe dá a sensação de ter mais sentido, pois ele está ligado à dimensão arquetípica de sua psique.

Na qualidade de figura arquetípica, os deuses descrevem a estrutura básica do homem, cuja singularidade é moldada por sua família, sua comunidade, sua nacionalidade, sua religião e por sua bagagem vivencial, assim como sua aparência física e coeficiente de inteligência. Entretanto, é possível reconhecer que ele também segue certo padrão arquetípico, que nos faz recordar alguns deuses. As imagens arquetípicas dos deuses estão vivas e presentes no legado humano coletivo, portanto, os mitos da Grécia devem ser explorados e recontados, porque é através deles que temos acesso a determinadas verdades sobre a natureza humana. O conhecimento mais profundo sobre os deuses gregos, nos levam a entender quem ou que atua no fundo do psiquismo.

Nossos "adoráveis" homens pouco compreendidos, encarnam a personalidade de oito deuses gregos. Conhecer um pouco mais sobre cada um deles, podem ajudar as mulheres a entender esta intrincada alma masculina.


POSEIDON, O EMOTIVO



O Mar coube a Poseidon quando ele e seus irmãos Zeus e Hades tiraram a sorte para dividir o mundo. 

É o mar que representa o nosso inconsciente em sonhos ou metáforas. As emoções afloram na superfície e em suas camadas profundas habitam seres misteriosos, primitivos e miríades de formas que representam o inconsciente coletivo. É das profundezas do mar que Poseidon, por vezes, ergue-se enfurecido para depois recolher-se novamente. Ele é conhecido também como o "Portador das Inundações" e "Aquele que a Terra sacode", exprimindo seu enorme poder de perturbar e destruir a natureza humana.

Como deus dos Mares, Poseidon oscila de acordo com a maré. Por vezes está na superfície, outrora nas profundezas. Pode ainda, como as ondas, explodir para depois tornar-se doce. Entretanto, ele é vingativo se for contrariado. Sua sensibilidade é esplendorosa, pois ele é uma arquétipo presente na alma dos poetas, compositores e terapeutas. No mundo de Poseidon, os homens trabalham e vivem de acordo com as marés e os instintos.

Poseidon ou Netuno para os romanos, é retratado como um homem poderoso, barbudo, segurando um tridente. Seu temperamento violento, mal-humorado, vingativo, destrutivo e perigoso, são os seus traços mais marcantes. Mas também tinha o poder de acalmar as águas quando sobre elas passava em sua carruagem de ouro puxada por cavalos brancos de crinas douradas.

Poseidon, filho de Cronos e Réia, foi engolido pelo pai, que temia ser destronado por um filho e só foi libertado depois que seu irmão, Zeus, desafiou Cronos e conseguiu com a ajuda de Métis, regurgitar suas três irmãs e dois irmãos. Depois, os irmãos e seus aliados lutaram contra Cronos e os Titãs e os venceram. Ao tirarem a sorte para repartir o mundo, o mar coube a Poseidon.

Poseidon casou-se com Anfitrite (Nereida), mas era tão infiel quanto seu irmão Zeus com sua esposa Hera. Anfitrite, filha de Doris e Nereu, deu ao marido, três filhos, um menino (Tritão) e duas meninas, mas além destes, Poseidon teve inúmeros descendentes, muitos dos quais eram monstros conhecidos na mitologia.

Ninguém se compara a Poseidon quando se trata de fúria e vingança. Quando Odisseu deixou cego seu filho cíclope Polifemo, que tinha só um olho, ele o perseguiu com ódio implacável e puniu também quem o ajudou. Seu ressentimento em relação aos troianos era tão grande que ele interveio em favor dos gregos, contrariando as ordens de Zeus. Mas, muito embora fosse conhecido pelo furor de sua raiva, Poseidon também tinha um aspecto pacífico e misericordioso em sua personalidade. Quando calmo, visitava seus fiéis etíopes que lhe ofereciam homenagens e, por algum tempo, esquecia de sua perseguição a Odisseu.

Imagine-se contemplando o azul espelho da superfície do mar, sabendo que lá no fundo reina um deus irado e vingativo pronto para explodir a qualquer instante num acesso de fúria! Pois saiba, que estas são as características do arquétipo de Poseidon. "Águas paradas são profundas", diz a sabedoria popular e, podem também serem traiçoeiras. Esta é uma grande verdade, pois este arquétipo é encontrado em toda aquela pessoa que luta muito para manter o controle, propiciando que o seu mundo de emotividade fique reprimido, escondido nas profundezas de seu ser, mas que pode a qualquer instante, brotar do subterrâneo, como as lavas de um vulcão, colocando para fora todo o seu ódio e dor.

O aspecto do mundo submarino de Poseidon nunca foi descrito pela mitologia grega, até porque as profundezas emocionais da psique masculina é assunto proibido no mundo patriarcal, pois homem que é homem, deve manter seu emocional reprimido e sob total controle. Todos nós já ouvimos alguém dizer: "Menino não chora"...LÁGRIMAS???, é coisa de menina!!!...Entretanto, sabemos que as emoções, muito embora não exteriorizadas, continuam lá, no fundinho do coração, na forma de sentimentos introvertidos que precisam ser manifestados para serem conhecidos.

Poseidon foi o único deus grego que tinha acesso às profundezas da água. Mergulhador das águas profundas permanecia debaixo delas o tempo que lhe aprouvesse, para depois, subir a superfície e comandar seus cavalos de crinas de ouro. O homem-Poseidon, portanto, é todo aquele que consegue penetrar nas profundezas do reino das emoções e sentimentos, tendo acesso a tudo que se esconde lá embaixo: a alma, a dor e os monstros abissais que ocupam lugares tão profundos e escuros que não nos é permitido vê-los com clareza. Nessa dimensão há muita sensibilidade, profundidade, algo que jamais alguém poderá plenamente atingir ou conhecer. Só o homem emotivo, sensibilizado com alguma dor ou extrema alegria, ou algumas vezes embriagado entra no reino de Poseidon, onde é temporariamente tomado por ele, ficando totalmente à deriva.

O aspecto deste deus também é cultuado pelos poetas, romancistas, compositores, músicos e psico-terapeutas. 

O ARQUÉTIPO DO REI

Poseidon é um DEUS-REI que busca garantir poder e controle inerentes a esta posição. Entretanto, ele não possui um pensamento estratégico como o de Zeus e em suas guerras perdia terras, quando as disputava com outras deidades e, quando publicamente humilhado, reagia com fúria.

Como o deus, o homem-Poseidon é um mau perdedor, que gosta de ter as coisas na hora, ou pode até cismar de não querer mais. Racionalidade não é seu forte. Se ele não consegue se impor no mundo, com certeza o fará em seu lar, o único domínio onde pode ser rei.

ARQUÉTIPO DA FERTILIDADE

O símbolo fálico de Poseidon era o tridente, significando o seu nome, marido "Da" ("posis Das"), designação da terra. Ele era o consorte da Grande Deusa que tinha três aspectos: Virgem, Mãe e Anciã. Seu tridente era o falo triplo simbólico, que indicava a sua função como companheiro da Deusa Tríplice. De igual modo, seus dois animais simbólicos, o cavalo e o touro, afirmavam a sua sexualidade e fertilidade.

Poseidon era considerado o "Marido da Terra", pois ele era a umidade que propicia a vida e tornava a terra fértil. Era ele também, que golpeava os rochedos para fazer brotar a água e o tridente era o símbolo de poder que entra em contato direto com esta fonte.

MAREMOTOS DE EMOÇÕES

O homem-Poseidon é aquele que xinga no trânsito, mas um pequeno gesto, uma música ou um filme bobo podem lhe emocionar.

Este homem, em nossa atual cultura foi obrigado a mascarar seus sentimentos, mas eles continuam intensos, somente contidos. Se ele for um homem introvertido, terá uma aparência tranqüila, muito embora abrigue sentimentos fortes e tempestuosos. Se for extrovertido, terá reações imediatas intensas e espontâneas, manifestando-se com atos e sentimentos. Fará o tipo que "tem fome de querer" ou viverá de frustração e raiva.

O trabalho ideal para este homem é aquele em que ele possa satisfazer sua própria natureza, ou seja, que desenvolva sua capacidade de agir com base em seus sentimentos intensos. As aptidões do homem-Poseidon, se direcionam para uma linha de trabalho envolvendo a natureza, na qual o tempo é medido em ciclos, marés e estações. Se sentirá imensamente feliz envolvendo-se com plantas, pessoas, animais, correntes de água e clima.

Em relação ao sexo oposto, o homem-Poseidon é dominador em virtude de sua atitude patriarcal e o poder de sua intensidade emocional. Não é um homem de aceitar um "não" quando está sexualmente excitado. Essa sua atitude pode resultar em vários níveis de desrespeito, inclusive chegar ao estupro, porque ele reage emocionalmente em vez de ser racional. A intensidade emocional combinada com sua poderosa natureza instintiva respondem pela sua sexualidade.

Poseidon é a sombra de Zeus e na mitologia era o causador dos maremotos e é este o fenômeno que nos dá uma idéia de sua natureza emocional. Poseidon está em desvantagem no mundo de Zeus porque reage emocionalmente em lugar da racionalidade. Ele fala uma "língua diferente" numa cultura que atribui valor negativo a este posicionamento.

"Não estava chovendo quando Noé construiu a arca", portanto, quem convive com um homem-Poseidon deve aprender a ler os boletins meteorológicos e os sinais do tempo, para preparar-se e sobreviver aos maremotos emocionais que dele partem.

O homem que vive sob a influência do arquétipo de Poseidon e se deixa arrebatar pelas emoções, precisa desenvolver a capacidade de enxergar as circunstâncias de modo menos apaixonado e mais objetivo. Também há necessidade de reconhecer que suas emoções muitas vezes são devidas as imagens arquetípicas. Quando outros aspectos estão ativos, Poseidon perde seu poder de inundar a personalidade e apossar-se dela pelas emoções. Assim, um dos principais modos de crescer é desenvolver os outros deuses.




ZEUS, O PODEROSO



Zeus ou Júpiter (para os romanos), era o deus supremo do Olimpo grego, Pai de todos os homens. Como deus dos céus que desfechava trovões, também era considerado o "Provedor de Bons Ventos" ou "Formador de Nuvens". Sua figura foi reproduzida como um homem barbudo sentado em seu trono com um raio na mão. Seu semblante majestoso era o mais forte de seus aspectos. Outro era a forma de conquistador de mulheres, com as quais viveu muitas aventuras e teve muitos filhos. Seus principais atributos abstratos eram a luz e o poder.

Zeus era filho de Cronos e Réia. Sua mãe o salvou de ser engolido pelo pai, que já tinha devorado 3 filhas e 2 filhos, ao substituí-lo por uma pedra embrulhada com vários panos. Ficou então escondido em uma caverna de Creta e foi criado por uma ninfa.

Ao chegar a idade adulta persuadiu Métis, Deusa da Sabedoria, para que ela desse um emético a Cronos. Assim, ele vomitou seus dois irmãos e uma pedra. Juntamente com Poseidon e Hades, seus irmãos, lutou contra Cronos e os Titãs, regentes do Olimpo e os destronou.

Zeus era um grande estrategista que obteve a ajuda dos Cíclopes e das criaturas de "Cem mãos". Foram os Cíclopes que ofertaram a Zeus seus relâmpagos e trovões e as criaturas de "Cem mãos" concederam-lhe extraordinário poder de fogo como se tivesse cem armas.

Zeus era muito namorador e teve uma série de ligações com deusas, ninfas e mulheres mortais. Entre elas: Métis, Têmis, Eurínome, Deméter, Mnemósine, Leta e Hera. Leta, uma titã, teve os gêmeos Apolo e Ártemis. Hera foi sua última esposa e sua hierarquia de poder era equivalente à de Zeus. O casamento durou trezentos anos, mas Zeus não deixou de ser promíscuo e teve inúmeros romances paralelos. Desses romances resultou uma descendência notável e numerosa e entre eles, encontramos Hermes, o deus mensageiro, seu filho com Maia e Dionísio, o deus extático do vinho, cuja a mãe era a mortal Sêmele. De acordo com Homero, Zeus também foi pai de Afrodite cuja mãe era a ninfa do mar, Dione. Tais mulheres e filhos fora do casamento sempre despertaram a cólera de Hera.

ARQUÉTIPO DE REI

Quando o arquétipo de Zeus é dominante em um homem, ele sente necessidade de construir seu reinado. Para tanto, deve primeiro constituir uma família e ter um lar. A esposa e filhos serão as extensões dele mesmo, pois é o casamento que consolidará alianças. Entretanto, a família é só um dos componentes da visão motivadora para instalar seu reino, pois o homem-Zeus deseja autoridade e poder e não medirá esforços para alcançar esta meta. É também um homem que nasceu para ser patrão e nunca ser mandado. Geralmente começa sua vida como um joão-ninguém desconhecido, mas que batalha muito, nunca se dando por vencido até tornar-se um grande homem de negócios.

Este arquétipo também é encontrado em homens que herdam grandes fortunas de suas famílias, já abençoado com o manto do poder.

O homem-Zeus possui a cabeça que enverga a coroa, mas que também é totalmente instável, pois poder e paranóia caminham de mãos dadas. O medo de ser destronado leva-o a não ter muita afinidade com o coração como órgão que dá e recebe. Faz o tipo que afirma amar a humanidade, mas despreza as pessoas. Com esta idéia, acaba afastando-se de todos e conseqüentemente de si mesmo. Só retornará desta distância emocional criada por ele, quando algo drástico acontecer em sua vida, tipo quando sua esposa o abandona, cansada de ser traída ou o filho se afasta por não possuir afinidade alguma com o pai, pois ele sequer se deu o trabalho de conhecê-lo. A cura de suas aflições só se dará quando tiver a humildade de descer do topo e deixar de ignorar seu coração.

ARQUÉTIPO DO PAI

Zeus é o arquétipo do pai. Ele quer muitos filhos para que estes possam dar continuidade ao seu trabalho e para conseguir o que quer, impõe sua vontade aos seus descendentes. O homem-Zeus, portanto, é um pai autoritário, que sempre dará a palavra final, um ditador que é temido e poucas vezes amado pelos filhos.

É também um pai provedor, mas sua generosidade é motivada por seu desejo de controlar sua prole, estando vinculada às expectativas que tem a respeito deles.

o homem que encarna o deus Zeus é decidido, estrategista e solucionador de problemas. Não abraça causas perdidas, pois é realista e vive o "hoje", sem remoer-se com o passado. 

Para o homem-Zeus, o poder é afrodisíaco e sua atração por mulheres faz parte de seu sucesso, além de caracterizar a sua natureza de "águia", que tudo faz para conseguir o que for preciso. Muda de forma, expõe seu lado vulnerável, torna-se um amante ardente, até conseguir seu objeto de desejo. Inconscientemente deixa de se prevenir contra uma gravidez em virtude do forte impulso de ser pai.

Mesmo sendo considerado namorador, preserva os valores patriarcais e a família. É o típico "paizão" que não costuma abrir seu coração para ninguém.


O homem-Zeus, entretanto, não é tão bem sucedido sexualmente como muita gente pensa. Passa longe de ser um amante nota 10, pois faz o tipo emocionalmente distante que não se esforça muito para agradar as mulheres e dificilmente se apaixona. É sexualmente agressivo e despende muito tempo com o trabalho. Sua intimidade emocional é precária o que prejudica a sua vida sexual. Suas parceiras sexuais ficam cada vez mais jovens à medida que ele fica mais velho, imitando a imagem clássica de um Zeus envelhecido cercado de ninfas juvenis.
Para casar-se escolhe alguém de status elevado ou no mínimo igual ao seu. E, após a lua-de-mel ele não terá mais tempo para o casamento, nem para sua esposa.


O aspecto arquetípico de Zeus pode manifestar-se em certa fase da vida de um homem, mas não permanece o tempo todo.

Zeus, no alto de sua montanha com seus raios e relâmpagos, continua a ser o princípio regente da nossa atual cultura e podemos vê-lo hoje na figura do presidente americano George Bush, entre tantos outros, e, assim permanecerá enquanto buscarmos a superioridade bélica e enquanto considerarmos o isolamento em relação aos outros desejável. Neste mundo regido por Zeus, infelizmente somos ensinados a desvalorizar nossos sentimentos e instintos.




HADES, O INTROVERTIDO



Todo aquele que gosta de ficar sozinho, curte a privacidade e que não se importa muito com o que se passa no mundo, leva a existência de Hades. O Hades "puro" é solitário e vive em seu reino interior.

O homem-Hades, é introvertido e geralmente alheio às regras de etiqueta e frivolidades. Não está "nem aí" com que as outras pessoas pensam dele. No trabalho se afina com tarefas repetitivas que lhe permitam certa exclusão. No amor, quando se apaixona vive experiências profundas com sua parceira e é somente ela que consegue arrancá-lo da toca.

Todo o homem-Hades tem predisposição para ser solitário e se sentir inadequado em um mundo muito competitivo, se recolherá para dentro de sua concha interior e para uma vida de esterilidade emocional. No mundo de Zeus, ele enfrenta muitas dificuldades, pois se sente inferior, um estranho no ninho. Fora de seu reino, verifica que só é recompensado todo aquele que atinge o topo, que adquire status, que se expõe e que corre riscos. Esta cultura extrovertida dominante é estranha ao homem de Hades, porque falta-lhe a ambição e a comunicação. A menos que desenvolva outros arquétipos, ficará à margem da estrada e só se encaixará em trabalhos que não ofereçam desafios, pois sua vida real é "interior".

Um Hades comete todas as "gafes" possíveis em reuniões sociais e diante de uma mulher. É natural, portanto, que muitas vezes seja rejeitado. A única experiência sexual do deus Hades foi com Perséfone que raptou e estuprou. A vida pode seguir o mito, mas o homem-Hades que se cuide, porque diferentemente de Zeus e Poseidon, ele tem menos credibilidade e poder e pode vir a ser denunciado e rotulado.

O casamento para este homem é crucial, pois sem ele será solitário e excluído. É através da esposa e filhos que irá relacionar-se com a sociedade. Como pai é sombrio, mal humorado, sem emoção e só espera de seus filhos organização e dever cumprido. Entretanto, pode compartilhar com as crianças o tesouro de sua vida interior.

O maior problema que um homem-Hades cria para os outros sendo como ele é, é que vive em um mundo"à parte", sem se dar chance de envolver-se emocionalmente com outras pessoas. O que se espera é que ele se comunique e nos conte o que acontece lá embaixo. Amar alguém como Hades é bem difícil, pois a qualquer momento pode tornar-se invisível e inabordável. O melhor modo de um Hades crescer é combiná-lo com um Hermes, pois era através deste último deus que as imagens e as sombras do mundo inferior eram entendidas e comunicadas ao outros.



ARES, O GUERREIRO




O deus Ares, conhecido como Marte pelos romanos, era o deus da guerra e o único filho de Zeus e Hera.

Há uma outra versão romana sobre o seu nascimento, segundo a qual, Hera enciumada de Zeus, procura a Deusa Flora, que a ajuda a conceber partenogeneticamente, depois de tocar uma flor que crescia nos campos de Achaia.

Hera designou Príapo como tutor de Ares, que ensinou-lhe a arte da dança e depois a da guerra.

A visão de Ares que temos hoje, nos foi fornecida por Homero em sua "Ilíada", que descreveu-o como um sedento sanguinário que era freqüentemente derrotado e insultado por sua meia-irmã Atena.

Quando um de seus filhos, Ascolafo, que comandava os beócios no cerco de Tróia foi morto, Ares foi pessoalmente vingar a sua morte, contrariando as ordens de Zeus. Atena instigou então, Diomede, a bater-se com Ares, que acabou ferido no flanco com a lança do herói. Seu pai, Zeus, apesar de repreendê-lo, ordena que os médicos curem seu filho.

Ares foi um deus de muitos amores, mas a sua Deusa preferida era Afrodite, a Deusa do Amor. Com ela teve três filhos: Deimos (Terror), Phobos (Receio) e a filha Harmonia, que se casou com Cadmo e fundou a cidade de Tebas. Já Eros, o outro filho de Afrodite, pode ter sido filho de Ares ou talvez tenha sido uma força primal, presente desde os primórdios dos tempos.

Tanto Ares quanto Afrodite tiveram muitos amantes, mas quando ela se apaixonou por Adonis, ele se transformou em um javali furioso e matou o rapaz.

Ares sempre foi um pai protetor de seus filhos e ele era o único deus a agir desta maneira. Quando Alirótio, filho de Poseidon, estuprou sua filha Alcípe, Ares vingou-se matando-o. Poseidon, desesperado com a morte do filho, citou Ares em julgamento em uma colina de Atenas próxima a acrópole, denominada mais tarde de Acópago (colina de Ares), onde defendeu-se e foi absolvido.

Como deus romano, Ares teve com Réia dois filhos: Rômulo e Remo. E, foi, especialmente em Roma que este deus era especialmente venerado.

A visão mais negativa de Ares, foi contada pelo poeta Homero, contrária a visão positiva que os romanos tinham deste Deus da Guerra, que ficou conhecido como Marte.

ARQUÉTIPO DO GUERREIRO

Ares é o arquétipo das reações intensas, apaixonadas, incontidas, instintivas, que fogem de qualquer controle e portanto, podem causar danos irreversíveis.

Ares é a personificação da ira que leva o homem a lutar ferozmente sem pensar em nada, pois ele fica cego e surdo e é levado pelo puro instinto selvagem. Se este homem é um soldado, não temerá por sua vida e pode tornar-se um herói condecorado. Neste deus da guerra se visualiza a agressividade nua e crua, antes que a civilização a moderasse e reprimisse.

Na mitologia, o deus Ares era tomado por um descontrolado e irracional frenesi que o levava a lutar e matar. Em nosso mundo contemporâneo, podemos vê-lo em brigas violentas no trânsito, nas saídas de bares noturnos ou em lutas simbólicas de competição por razões estratégicas. Sua reação, sempre violenta, virá após uma provocação, porque o arquétipo de Ares não deixa "nada barato", ele tem sede de guerrear e se deleita com o fragor das batalhas. Para os deuses gregos que idealizavam o pensamento e a racionalidade, este temperamento brigão de Ares foi muito condenado, assim como em nosso mundo também é.

Zeus detestava Ares porque ele era a sua sombra, mas quando Ares é detestado, como Zeus o detestava, esse arquétipo pode ficar reprimido, comprometendo a capacidade de reagir de maneira física a certas situações. Quando removido do campo da consciência, Ares pode ser reconhecido então em acessos de pressão alta ou em graves distúrbios intestinais. É importante que nossas reações emocionais também sejam acompanhadas pela linguagem corporal para que se alcance a harmonia e um crescimento satisfatório que nos liberte.

O deus Ares nos presenteia com a "coragem para agir". A palavra coragem está associada a "couer", palavra francesa que significa "coração". Estas são as palavras chaves deste arquétipo: agir com coragem, deixando que o coração delinhe a nossa jornada. Nunca deve-se fugir da luta, pois ela nos fornece infinitas possibilidades de crescimento. A vida é uma sucessão de riscos e conflitos, onde o homem deve agir segundo seus princípios, mas principalmente ouvindo a "voz" de seu coração.

QUEM É ELE?

O homem que desenvolve somente o arquétipo de Ares, nunca desenvolve a capacidade de refletir sobre seus atos, pois age por impulsos. O autocontrole é tarefa difícil para um ariano. Para aprender esta lição crucial, deverá ter muita força de vontade e motivação e depois, com treino, conter o impulso de revidar ou reagir. Sua explosividade poderá então, ser recanalizada, se o "Eu" escolher uma atitude diferente e se puder aprender a ativar e contar com a ajuda de outro arquétipo. às vezes, é a família que terá o poder para ajudá-lo a desenvolver o autocontrole. Já o esporte, convoca o arquétipo de Apolo que também poderá auxiliá-lo e discipliná-lo, tanto física como emocionalmente, mas todas estas metas são de longo alcance.

O homem-Ares é por natureza sensual e seus envolvimentos com o sexo oposto podem ser harmoniosos, como podem ser muito tempestivos, cheios de brigas e reconciliações. Dependendo do que aconteceu em sua infância, este homem pode amar as mulheres ou espancá-las. Ele só costuma gravitar em torno de uma mulher que realmente goste e com que possa ser espontâneo e manifestar corporalmente seu afeto. O resultado desta sua natureza tão afetuosa, pode levá-lo a tornar-se pai de muitos filhos, caso as mulheres com quem se envolva não tomem medidas preventivas de engravidar.

Como pai, o homem-Ares , está sempre presente na vida de seus filhos, quando pequenos. Ele ensina o filho a jogar futebol e dança com a filha pequena. Os conflitos podem surgir quando eles se tornam maiores e não compartilharem dos mesmos interesses.

Por seu temperamento, o homem-Ares aprecia sempre estar em movimento. No tabalho, interessa-se por ocupações que apresentem riscos e não cultiva metas a longo prazo, pois seu mundo é o aqui-e-agora. Pode até entrar para o exército, mas por certo, terá em sua ficha várias anotações em desabono a sua conduta. Caso se torne um atleta profissional, também deve desenvolver o autocontrole, senão acabará prejudicando seu time em face de seus impulsos à brigas e provocações.

Seu sucesso profissional dependerá de um pouco de sorte, além de ter absorvido algumas lições que a vida lhe proporcionou.

O homem-Ares é um guerreiro e amante inquieto e turbulento, que se regozija com os prazeres de uma contenda, mas é possuidor de um grandioso coração. Tem reações emotivas, é leal e corajoso. O arquétipo de Ares, predispõe o homem a entrar em contato com seus sentimentos e seu corpo, o que é bem positivo no terreno amoroso. Entretanto, quando a ira e a raiva o fazem explodir, pode causar muitos danos.

O crescimento psicológico do Homem-Ares só se processará quando poder escolher entre reagir ou não a uma provocação. Para chegar a este ponto, precisa desenvolver o autocontrole e também outros arquétipos.




HERMES, O COMUNICADOR



O homem-Hermes não gosta de viver segundo regras fixas. Sua mente ligeira abre caminhos alternativos, soluções ou atalhos. Ele é o engenhoso generalista com atitude empreendedora, é o típico oportunista que capta a importância de uma idéia. É também inovador e sempre aberto a novidades e pode ir muito além das limitações costumeiras na busca do que quer.

O típico Hermes não se fixa em nada, ama a liberdade que lhe possibilita trafegar em todos os reinos psicológicos e físicos. Em relação a vida amorosa, este homem é esquivo, escorregadio como o mercúrio que não se consegue prender entre os dedos. É aquele homem que da mesma forma misteriosa que chega em nossas vidas, desaparece. Para Hermes, "o que os olhos não vêem, o coração não sente" e é por isso, que entra e sai da vida de uma mulher sem se responsabilizar pelos sentimentos dela e sem ser fiel. Para ele, cada novo amor é um novo território para ser desbravado. Mas, para conseguir o objeto de seu desejo, ele se torna sedutor, mentiroso, promete "mundos e fundos", sem ter a menor intenção de cumprir suas promessas. Em terreno amoroso, o homem-Hermes sempre age impulsivamente, permanecendo um eterno adolescente inconseqüente e acaba tornando-se o esquivo dos solteirões. Ele é um solitário gregário que nunca se compromete e está sempre atrás de uma novidade. Com o homem-Hermes, somente o casamento de duas almas independentes pode dar certo.

O maior erro do homem-Hermes é pecar pela sua superfialidade. É o "faz tudo, que não domina nada". Em certos períodos de sua vida, acha-se imortal e crê que possui todo o tempo do mundo, mas não o tem. Enquanto a maioria dos homens se definem em sua carreira profissional e constroem suas famílias, ele permanece adejando de aventura em aventura, para só descobrir na meia idade que a vida passou por ele e não construiu nada. Mas, se o homem-Hermes, descobre que o eterno menino dentro dele já teve vida longa demais, pode mudar o curso da sua existência e decidir convocar o Zeus em seu interior. Foi o deus Zeus com sua autoridade que fez com que Hermes parasse de mentir e devolvesse as vacas roubadas de Apolo. Não deu espaço a ambigüidades e nenhuma margem de desculpas. O homem-Hermes, geralmente necessita reconhecer e respeitar uma autoridade e fazer o que é esperado dele.

O deus Hermes, foi o mais consumado mentiroso e ladrão de seu tempo. Como pai, o homem Hermes, igual ao deus, não tem muita moral para cobrar algo de seus filhos, portanto, não costuma impor limites, já que ele não se atém a eles. Seus filhos acabam fazendo o que bem entendem, principalmente se puderem apresentar a questão de maneira persuasiva. Mas o pai-Hermes, gosta de sair com seus filhos em aventuras e brincar com eles de igual para igual.

O homem-Hermes é assim...,não gosta de ficar parado, adora viajar. Não é dado a reflexões e age por impulso. Prestativo e extrovertido, é aquele "cara legal" cheio de amigos, mas é difícil de conseguir prendê-lo.



APOLO, O RADIANTE



APOLO é o deus do Sol, das Artes, da Profecia e exímio arqueiro. Como Deus, Arquétipo e Homem, ele tem luz própria, "brilha" e seus atributos conduzem ao sucesso, dentro do patriarcado. 

Apolo é sempre representado jovem, sem barba, belo e imberbe, porque o sol não envelhece, em pé ou montado e com uma cabeleira dourada flutuante ao vento. 

O arco e flechas que traz, simbolizam os raios e a lira, a harmonia dos céus. 

Em seu templo em Delfos, pode-se visualizar as inscrições: 

-"Conheça-te a ti mesmo"...e... 

-"Nada em excesso", bandeira defendida pelo deus Apolo. 

Entretanto, tudo que muito "brilha", também produz sombras, portanto, nosso deus Apolo também possuía um aspecto sombrio, muito pouco conhecido. Tanto seu aspecto luminoso como o escuro se refletiam em seus símbolos. 

Os mitos narram que Apolo, deus da música, da poesia e da profecia, nasceu em Delfos, em um dia 7. Neste dia, para celebrar o nascimento da criança divina, cisnes sagrados, deram 7 voltas em torno da ilha. Zeus ofereceu à criança-deus sua lira atrelada a estas magníficas aves brancas. 

No outono de cada ano, o deus subia para as regiões nórdicas onde, atrás de uma tríplice barreira de gelo branco, reinava a eterna primavera do Hiperbóreo, banhada pela quente luz do sol dourado. Lá, o deus da Luz, da Sabedoria e da Beleza permanecia por seis meses entre os cisnes sagrados, que, com o retorno da primavera, o reconduziam para as primeiras flores da ilha de Delfos, sua pátria natal. 

O cisne, portanto, está ligado a primavera e a renovação e, tem um caráter não negligenciável. Entretanto, o corvo e o urubu, assim como a serpente e o lobo, também estavam associados à Apolo, justificando suas punições cruéis e o quanto ele era capaz de agir de forma vingativa. 

FRACASSOS AMOROSOS

Dafne foi o primeiro amor de Apolo que surgiu graças a malícia de Cupido. Depois de ter zombado da capacidade de Cupido manejar o arco e a flecha, este último tirou da aljava duas setas diferentes. Atirou a de ponta dourada do amor no coração de Apolo e a outra, de chumbo, para repelir o amor, no coração de Dafne, filha do rei-deus Peneu. Apolo tomado de grande paixão, passou a persegui-la, mas a ninfa sempre em fuga, não tinha ouvidos para suas súplicas. Mas, quando ele estava vencendo pelo cansaço, ela invoca seu pai, pedindo ajuda. Ele a transforma então em um loureiro. Apolo, entretanto, continua a amá-la e converte o louro em árvore sagrada, fazendo com que as suas folhas adorne seu cabelo. 

Cassandra, filha de Príamo, uma famosa mulher, também rejeitou Apolo e pagou caro por isso. Apolo ensinou a ela o dom da profecia, mas em troca, depois deveria tornar-se sua amante. Cassandra deu sua palavra, mas acabou não cumprindo sua promessa. Apolo irritou-se, pois não poderia mais retirar o dom, então tornou-a desacreditada. 

Apolo foi um pouco mais feliz com Coronis que engravidou dele. Designou um corvo branco para observá-la e teve a infeliz surpresa de saber que Coronis o estava traindo. Tomado de fúria, transformou as penas do corvo em negras e matou Coronis. Antes porém, retirou seu filho do ventre da mãe e deu-o a Quíron, o centauro, para criar. Este menino foi Asclépio, que se tornou o deus da medicina e da cura. 

Apolo ainda, amou apaixonadamente um jovem chamado Jacinto. Mas, certo dia, quando os dois competiam em um jogo que consistia em impulsionar um disco, o disco de Apolo saltou na terra e atingiu Jacinto, matando-o. Desesperado pela morte do homem que amava, Apolo jurou que Jacinto seria lembrado para sempre. Do sangue de Jacinto brotou uma flor que tem seu nome. 

ARQUÉTIPO DO ARQUEIRO/MÚSICO 

Ser arqueiro requer habilidade, força de vontade e prática. Apolo, como exímio arqueiro, pode mirar o alvo e ter a certeza que irá atingi-lo. Arquetipicamente é isso que o homem-Apolo tem a propensão natural de fazer. 

Mirar o alvo a noção de futuro e este homem a tem. Seus alvos costumam ser bem visíveis e suas atitudes favorecem a obtenção do reconhecimento. 

Todo o Apolo é um homem realizado, geralmente de boa aparência, de fisionomia franca, sempre foi bom aluno, toca instrumentos musicais e tem bom desempenho em esportes, mas acima de tudo, é um homem determinado e que tem a força de vontade para alcançar as suas metas. 

Apolo era considerado um deus puro, tão claro quanto o sol e tinha no arco e na lira seus objetos mais estimados. Nos dois visualizava uma seta rumo ao alvo. Em um caso, uma flecha certeira, e no outro, uma canção precisa. Sua música voava na direção de uma verdade percebida com clareza. Possivelmente Bach incorporou Apolo quando compôs sua música clássica, pois só este deus era capaz de gerar harmonia e notas que elevam o espírito. Moderação e beleza eram a essência e o efeito da música apolínea. 

QUEM É ELE? 

A mente do homem-Apolo é lógica e se relaciona facilmente com a realidade objetiva. Ele é aquele cara "super-racional" que sabe o que quer. Como arqueiro consumado, ele pode mirar um alvo distante e tem a confiança que o atingirá. É também o tipo do homem "certinho", que explica as causas e efeitos. Outros homens podem ter certa dificuldade em estabelecer metas, mas não o homem-Apolo. Ele sempre sabe aonde quer ir, o que quer realizar e o que quer ganhar. Seus alvos são realistas, mas exigem esforços para serem atingidos.

O legislador e o músico, expressam ambos o instinto deste arquétipo para instaurar a ordem e a forma. Quem vive sob o aspecto apolíneo, respeita limites, valoriza a ordem e pensa mais do que sente. Tanto os idealistas, como os defensores da "lei e da ordem", extraem essa noção de autoridade do arquétipo de Apolo. O jurista, o astronauta e o músico pode sentir e perceber que Apolo confere dimensão sagrada ao seu trabalho.

O arquétipo de Apolo, predispõe o homem a viver tanto no futuro como arqueiro mirando alvos, ou como um sujeito profético. Possui tanto a capacidade de ver as coisas de forma racional, como espiritual. Estes aspectos fazem com que este homem reaja à própria dor emocional buscando um distanciamento delas. No nível psicológico, qualquer que seja o lugar de retiro, sempre nos levará ao mundo inferior habitado por Hades, pois a reclusão sempre produz um sentimento de isolamento, independentemente do local encontrar-se no "mundo dos céus".

O homem-Apolo gosta de mulheres atraentes e independentes, mas não se apaixona fácil. Ele não é bom amante, justamente pela sua falta de paixão. Seus relacionamentos não possuem muita profundidade emocional. Ele vive com a cabeça e não com o corpo e tem pouca experiência do fluxo e refluxo da atração sexual. O homens-Apolo, geralmente são rejeitados pelas mulheres que querem um elo de ligação mais profundo, com mais intensidades e manifestações emocionais do que ele é capaz de demonstrar.

Em relação aos filhos, podem ser bons pais ou neutros. Os critérios que estabelecem são justos e transmitem aos filhos estes conceitos. O maior problema é que absorvem-se muito com o trabalho, afastando-se, deste modo, do reino do lar.

No trabalho, este homem se sai muito bem, pois ele é muito persistente e possui a capacidade natural de se concentrar em uma tarefa. Ele é encontrado em profissões que exigem anos de estudos como a medicina e o direito. Adapta-se também ao trabalho em instituições e empresas. Dificilmente o encontramos no topo, nem alcançando muito sucesso, por que lhe falta a ambição e motivação para acumular dinheiro e poder, qualidades inerentes ao homem-Zeus.

O Sol nasce, sobe o zênite e se põe, sempre igual todos os dias, olhando lá de cima a terra distante. O homem-Apolo tem a mesma postura distante e desprovido de emoções. Ele é o advogado "sem palavras" quando o assunto é sentimento. "Penso, logo existo", de René Decartes, definem este homem, que não tem consciência de outra coisa além da sua coisa além da sua capacidade de pensar. Para um homem-Apolo crescer, deve superar os limites da lógica e da racionalidade e dar espaço para que o deus Dionísio também possa dar voz ao seu coração e entrar em sintonia com seu corpo. Algumas lições de humildade também lhe cairiam bem.




HEFESTO, O INVENTOR 



O Deus Hefesto, assim como seu Arquétipo e Homem, personifica a inventividade e a criatividade. Ele foi rejeitado pelos pais e expulso do Monte Olimpo, lugar onde só o poder e as aparência tinham importância. Suas qualidades também são desvalorizadas no mundo atual e com certeza terá muita dificuldade de fazer sucesso. 

A versão mais conhecida é que ele nasceu de Hera que o concebeu por via partenogenética. Contudo, como apresentava uma deformação no pé, sua mãe o rejeitou e atirou-o do alto do Olimpo. 

Uma outra versão, conta que ele foi expulso por Zeus e criado por ninfas do mar, Tétis e Eurínome. Foram elas que tornaram Hefesto um exímio artesão. 

O homem-Hefesto como o deus, é desvalorizado em nossa cultura, onde só vence quem possui poder e capacidade intelectual acelerada. 

O arquétipo de Hefesto está no âmago de um profundo instinto de trabalho e de criação a partir da "forja da alma". Quando ele está presente, a beleza e a expressividade são liberadas, um conteúdo que até então estava nas sombras da psique toma forma e se torna traduzível por meio do trabalho. 

ARQUÉTIPO DO FOGO 

O fogo de Hefesto é o fogo subterrâneo erupcionado através da vala do vulcão e é metáfora para intensos sentimentos de erotismo e sexualidade, contidos no âmago do corpo esperando ser expressos de modo súbito e inesperado. O mesmo acontece com a ira e a raiva contidas e amortecidas.

O fogo da forja é uma paixão inexpressa que inspira o trabalho criativo. Pode ser um amor não correspondido, o extravasar de uma raiva, a ansiedade de conseguir algo. A compulsão pelo trabalho é uma maneira de curar feridas emocionais. 

O homem-Hefesto não fala de seus sentimentos e na maioria das vezes, ele os canaliza para o trabalho. 

Hesfesto é o arquétipo do escritor, artesão, curador e inventor que não consegue separar a criatividade de suas dores. 

Assim como Adão e Eva foram expulsos do Paraíso, Hefesto caiu na terra e o sofrimento e a necessidade de trabalhar são decorrentes de sua expulsão do Olimpo. 

HESFESTO E AFRODITE 

Hefesto foi o marido traído por Afrodite. O casamento dos dois é a personificação entre a habilidade para trabalhar com as mãos e a beleza, que é o que dá luz as coisas belas. 

Beleza e Amor foram valores negados a Hefesto desde seu nascimento. Uma bela mulher, como a Deusa Afrodite, pode ser a musa inspiradora que acende os sentimentos de um homem-Hefesto. 

QUEM É ELE? 

O homem-Hefesto é inquieto, vulcanicamente explosivo e introvertido. Pode tornar-se um aleijado emocional ou um homem altamente produtivo. Podemos encontrar seu arquétipo ativo em alguns estudantes-cirurgiães de medicina, extremamente dedicado, mas o campo típico de Hefesto é o criativo.

As mulheres também são muito importantes em sua vida. Se uma mulher puder compreender a profundidade deste homem e despertar a imaginação dele, ela poderá tornar-se o principal acontecimento de sua vida. Ele é um homem monógamo, fiel e espera que sua parceira também o seja.

Quanto a Hefesto, o deus, não teve filhos e muitos homens-Hefestos também preferem não tê-los, especialmente se sua infância foi infeliz. Mas, se os tiver, talvez venha a desenvolver com eles uma profunda ligação. Entretanto, os filhos poderão achá-lo um pai distante, irritado e mau-humorado.

"Conhece-te a ti mesmo", esta é a bandeira do homem-Hefesto, que busca a solidão para encontrar-se e trabalhar prodigiosamente. O pintor, o arquiteto e o escultor de metais, são homens que lembram Hefesto. Para o homem-Hefesto, o trabalho não é tão somente um serviço, mas um meio de vida. Só o trabalho dá profundidade e sentido a sua existência.

A vida se parece com o mito e só outra pessoa igualmente intensa e deslocada e que tenha paciência para entendê-lo, terá êxito com o Homem-Hefesto.

O homem-Hefesto sempre terá problemas em se encaixar e se adaptar em sociedade. Seu trabalho, poderá levá-lo a descobrir que é uma pessoa produtiva, valorizada e criativa. Mas, sempre lhe faltará a habilidade da comunicação, da socialização e do tato político. Com sua personalidade introvertida, sempre renunciará a sua masculinidade. A depressão pode ver a ser um problema crônico para este homem, pois esta sua natureza pode também, levá-lo a conter mágoas e raivas que acabarão interiorizadas. Tais sentimentos voltados para dentro de si, fazem com que a depressão se instale.

Quando o homem-Hefesto absorve-se em um trabalho que goste, ele se absorve completamente impedindo que outras facetas desenvolvam dentro dele. Mas este homem, tem que dar-se conta da necessidade de ser mais do que Hefesto a fim de poder liberar tempo e energia e fazer escolhas que lhe permitam crescer.




DIONÍSIO, O ETERNO MENINO



Dionísio é o arquétipo que mais predispõe o homem a permanecer um eterno menino, independente de sua idade. Sua versão adolescente é de uma pessoa intensa e emotiva, que não se compromete com nada, principalmente com relacionamentos longos, pois detesta viver preso. Entretanto, é um homem fiel quando está apaixonado. Mas cuidado, pois ele possui uma personalidade dualista, em certo momento parece desesperado e no seguinte, no êxtase. O movimento hippie dos anos 60 foi a expressão máxima deste aspecto arquetípico. Esta geração fazia orgias de sexo em grupo, abandonavam a escola e largavam seus empregos.

O homem-Dionísio é todo aquele que interrompe o fluxo do cotidiano, chamando as pessoas para se entregarem ao prazer do momento, mas que torna a vida comum difícil de ser vivida. A maioria das mulheres o vêem como um ser perturbador e vulnerável, que necessita de cuidados maternais. E, quando este homem faz amor com uma mulher, esta experiência será de fusão e extremo prazer e ela poderá se sentir profundamente tocada. Mas, não devemos esquecer que o homem-Dionísio gosta é de mulheres, de preferência várias delas e desde o berçário...

Como pai, o homem-Dionísio pode ser maravilhoso, quando estiver disposto a brincar com os filhos ou decepcionante, pois fatalmente esquece suas promessas. Além disso, não costuma ser um provedor, disciplinador ou mediador entre a família, mas quando nascem seus filhos, ele se envolve intensamente, estando sempre presente emocionalmente e fisicamente.

Nos tempos atuais, o homem-Dionísio padece muito frente a nossa sociedade moralista, que lhe envia mensagens negativas mais fortes do que para qualquer outro arquétipo. A extensão dos danos que causará dependerá da força do arquétipo que habita neste homem.

Os homens de personalidade dionísica lutam com paradoxos e opostos, em permanente convívio com seu interior.

Texto pesquisado e desenvolvido por

ROSANE VOLPATTO


Fonte: O Caminho da Deusa.

terça-feira, 20 de agosto de 2013

Bênção Celta


Que o tempo, dos outros inimigos,
seja sempre teu aliado.
Que o dia, que para alguns é um fardo,
seja sempre tua alegria.
Que a noite, para tantos um mistério, seja
para ti o segredo revelado.
Que a vida, para muitos uma busca eterna,
seja para ti o encontro da sabedoria.


Eddie Van Feu

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

O Tribunal do coração


Havia uma mulher caída, dessas mulheres perdidas que não respeitam a si próprias e de reputação questionável que vivia em frente a um Templo de Kali. Um Sadhaka Tantriko que vivia no Templo certo dia veio até ela e disse: "Você está vivendo uma vida desprezível. Escrava de seus vícios, mulher fraca, rastejante e sem valor. Desejo fazer com que você veja o seu monte de pecados. Assim, para cada visitante seu, eu colocarei aqui, uma pedra." Dito e feito. Plantou-se na sacada do Templo e observou quem entrava e saía da casa. Como se não bastasse, o sadhaka uniu-se a uma inimiga feroz daquela mulher, e que alimentava o veneno em sua alma, dizendo que além de servir aos homens, ainda ousava se auto-engrandecer buscando disputas judiciais por supostas injustiças, e difamando-a mais e mais, afirmava que a mesma consumia bebidas alcoólicas, era tabagista "aquela arrogante" e portanto, merecia viver num anonimato vilipendioso. 

Cumprindo sua promessa, cada vez que vinha um visitante, ele colocava uma pedra. E a mulher clamava em seu coração: "Oh, Mãe Divina, vós ireis me perdoar? Meu destino é determinado segundo meu prarabdha-karma! Que mais posso fazer de minha existência? Não sei evitar, não tenho outra sorte. Olhai todas aquelas pedras..." Enquanto isso, o Sadhaka Tantriko no Templo dizia: "Que mulher abominável. Olhe o monte de pecados que ela está acumulando!"

E por muitos anos eles mantiveram o mesmo comportamento até que uma montanha de pedras de pecados se formou. A mulher estava totalmente atormentada e dizia constantemente em oração, "Mãe Divina, por favor perdoe-me, concede-me outro destino, desejo a Ti." A providência Divina enviou um carro que a atropelou e a matou. Todos da comunidade disseram, "Que alívio! Todos aqueles pecados agora se irão de nossa comunidade!!"

Coincidência ou não, aconteceu que o Sadhaka Tantriko também faleceu no mesmo dia enfartado. Eles atiraram o corpo da mulher para fora da cidade e foi dilacerado e devorado pelos cães. O corpo do Sadhaka foi colocado em uma maca, envolvido por pura seda e coberto com flores. Com músicos marcharam pela cidade conduzindo o corpo aos ghats e o incineraram com madeira de sândalo. 

Sua alma foi ao céu, e a Mãe Divina disse: "O que está fazendo aqui? Você não pertence a este lugar." Ao que o sadhaka respondeu chocado: "Mas eu vivi num Templo." Então, a Mãe Divina disse-lhe: "Seu corpo viveu no Templo, mas a sua mente estava constantemente na prostituta. Ela está nas mansões de Indra, porque embora seu corpo estivesse envolvido em atos irreligiosos, sua mente estava constantemente pedindo perdão, portanto ela está no lugar celestial. Para você está reservado voltar agora mesmo e renascer no corpo de uma prostituta para aprender o que é a dor de um apedrejamento.”

Gosto muito de histórias, e essa é oportunamente especial e inspirada numa história dos sadhus da Índia, e serve como alegoria para todos os que julgam as criaturas, assumindo o papel de promotor, juiz e... sentença.

Consolamentum


Dois pedaços de madeira que flutuam no oceano 
encontram-se e se separam um instante depois. 
Assim também tu e tua mãe, tu e teu irmão, tu e 
tua mulher, teu filho e tu. 
Chamas teu pai, tua mulher, teu amigo, 
mas não é mais que um encontro no caminho. 
Esse mundo é uma roda que gira, 
uma passagem no grande oceano do tempo, onde nadam 
dois tubarões: a velhice e a morte. 
Nada é permanente, nem teu corpo. 
Nada retorna e nada permanece. 
Prazer, dor, o destino tudo estabelece. 
O que desejas tens. 
O que não desejas, tens. 
Ninguém entende por quê. 
Nada garante a felicidade do homem. 
Onde estou? Para onde irei? Quem sou? Por quê? 
E por que deveria chorar?


Fonte: Templo de Shiva

Deusa Diana. Roma.

No Paganismo: 
O nome Dianismo foi inspirado na faceta da Deusa greco-romana Diana a Deusa da caça e da lua protetora das mulheres por excelência, uma Deusa Virgem no sentido matriarcal da palavra (mulher livre e completa em si mesma) e não no conceito atual ou seja uma mulher que nunca teve relações sexuais.
As dianicas são mulheres que busca ligar se a sua essência interior através da Face virgem da Deusa, aonde ela é completa em si mesma. O Deus não é esquecido ou anulada, mas apenas visto como uma parte feminina da mesma, sendo assim a Deusa é masculina e feminina ao mesmo tempo.
Diana chega em nossas vidas para nos falar do resgate da individualidade interior e exterior, Diana prioriza a individualidade e um contato mais profundo com as habilidades naturais e intuitivas das mulheres bem como a natureza.



Diana.
(INDIVIDUALIDADE)
‘’Sou quem eu sou e sei quem sou. Posso cuidar de mim mesma em qualquer circunstância e posso deixar os outros cuidarem de mim. Posso optar. Não existe autoridade mais elevada do que a minha meu poder de discernimento é finamente aguçado. Tenho autonomia. Estou livre da influência da opinião dos outros. Sou capaz de separar o que precisa de separação. Assim uma decisão lúcida pode ser alcançada. Penso por mim mesma. Ajusto a mira e aponto o arco. Minhas setas atingem sempre o alvo... ’’

Mitologia
Em Roma, Diana era a deusa da lua e da caça, mais conhecida como deusa pura, filha de Júpiter e de Latona, e irmã gêmea de Febo.
Era muito ciosa de sua virgindade. Na mais famosa de suas aventuras, transformou em um cervo o caçador Acteão, que a viu nua durante o banho.
Indiferente ao amor e caçadora infatigável, Diana era cultuada em templos rústicos nas florestas, onde os caçadores lhe ofereciam sacrifícios. Na mitologia romana, Diana era deusa dos animais selvagens e da caça, bem como dos animais domésticos. Filha de Júpiter e Latona, irmã gêmea de Apolo, obteve do pai permissão para não se casar e se manter sempre casta. Júpiter forneceu-lhe um séquito de sessenta oceânidas e vinte ninfas que, como ela, renunciaram ao casamento. Diana foi cedo identificada com a deusa grega Ártemis e depois absorveu a identificação de Artemis com Selene (Lua) e Hécate (ou Trívia), de que derivou a caracterização triformis dea ("deusa de três formas"), usada às vezes na literatura latina. O mais famoso de seus santuários ficava no bosque junto ao lago Nemi, perto de Arícia.

Mensagem pra você:
Artêmis/Diana atirou sua seta de individualidade na sua vida para ajudá-la a concentrar-se em si mesma. Você tem estado demasiadamente a serviço dos outros sem certificar-se de que conseguiu o que necessita para si mesma? Há muito não tem um tempo ou um espaço só seu? Os limites da sua individualidade parecem difusos e indistintos? Você sente que não tem direito a uma personalidade própria, mas deve sempre pensar nos outros, colocando as necessidades deles em primeiro lugar, até não saber mais quem é nem o que quer? Agora está na hora de ser você mesma. Está na hora de prestar atenção às vozes sussurrantes das suas próprias necessidades. Está na hora de resgatar a si mesma, e celebrar e fortalecer a pessoa que você é. Diana diz que a totalidade é alimentada quando você honra, respeita e dedica tempo a si mesma. Ela também pergunta como você pode esperar atingir quaisquer alvos se não tem um eu a partir do qual atirar?

Sugestão de ritual: 
:::Resgate a si mesma:::
Isto pode ser feito a qualquer momento e em qualquer Lugar. Você pode optar por fazê-lo a sós ou na frente da pessoa ou pessoas às quais você entregou pedaços de si mesma. Sente-se, fique em pé ou deite-se com a coluna reta. Feche os olhos. Inspire profundamente e expire. Respire fundo outra vez, inspirando para o útero, para o seu centro. Olhe para o seu corpo. Pergunte a si mesma se estão faltando pedaços. Abra-se a fim de ter uma sensação, visão ou sentimento de onde estão esses pedaços que faltam. Por exemplo: você deu ao seu amante sua porção de alegria, e agora não consegue sentir-se alegre sem ele? Você deu aos seus filhos um pedaço generoso de si mesma, e agora que eles cresceram, sente-se perdida? Chame esses pedaços de volta. Perceba, sinta ou visualize esses pedaços que faltam voltando para você. Deixe-os entrar no seu corpo outra vez, e, à medida que isso acontece, sinta-se ficar mais forte e mais viva. Quando tiver terminado de resgatar-se, talvez queira reforçar seus limites e dar nome às suas partes.

Agradeça às suas partes por retornarem, e abra os olhos. Seja bem-vinda!

Tempo de Despertar

Era uma vez um homem muito simples, chamado João.
João nasceu e cresceu numa fazendinha pequena e pouco produtiva no interior do Maranhão. Seus pais eram pobres, e não podiam dar uma vida digna para seus 6 filhos. João, o filho mais velho, amava cavalos. O pai tinha apenas um pangaré, que João amava. Em sua infância, João brincou muito com o pangaré, eram amigos inseparáveis. 

A infância de João foi bem simples, mas muito feliz. Não tinha quase nada, mas sentia que os bosques, as árvores, a brisa, as flores, e toda a extensão de terra inóspita em que vivia lhe pertencia. Ficava horas correndo livremente pelos campos, ou sozinho ou acompanhado pelo seu fiel amigo cavalo.

João, ainda na infância e também na adolescência, tinha muitos sonhos. Sonhava em ter sua própria fazenda, criar muitos cavalos e ter muitos outros amigos como seu pangaré de estimação. Queria continuar vivendo livre e levando uma vida simples, mesmo que com poucos recursos.

O tempo passou, e o pai de João acabou falecendo. João estava agora com 20 anos. A família se encontrava num dilema. O provedor havia lhes deixado e alguém precisava assumir os negócios. Certo dia, um homem de terno aparecera em sua fazendinha, e lhe ofereceu um trabalho. Em troca, João, como filho mais velho e agora responsável pelo patrimônio familiar, venderia a fazenda. O homem de terno explicou que se tratava de um negócio muito lucrativo, e que João deveria apenas revender uma nova substância alucinógena que era proibida pelo governo. João a princípio recusou, não queria fazer nada ilegal. Sempre fora um homem honesto e de valores cristãos.

Passados alguns meses, João e sua família perderam toda a colheita com uma praga que devastou sua plantação. Haviam perdido tudo. João sentiu muito medo e decidiu então que iria procurar o homem de terno novamente. Mas faria isso apenas por um tempo, para que pudesse se reerguer, e tão logo ganhasse um pouco de dinheiro, voltaria a sua vida normal. Após procurar o homem de terno e acertar tudo, voltou para casa, deu boa noite a sua família e foi dormir…

Foi uma longa noite…

Amanheceu no dia seguinte. João abriu a cortina de sua casa e percebeu que estava em outra casa. Estava numa residência bem grande, ampla e muito luxuosa. Pensou consigo mesmo: Como posso dormir num local e acordar em outro? João olhou-se no espelho e tomou um grande susto. Estava com uma aparência de um homem de 70 anos de idade. Começou a sentir-se muito angustiado, teve falta de ar e começou a transpirar. Por que isso estaria acontecendo? Como pode alguém dormir aos 20 anos e acordar aos 70 anos, sem que o tempo tenha passado? A sensação que lhe dava é que havia dormido no paraíso e acordado no inferno. Mas como? Como isso foi ocorrer? Por que Deus me fez dormir na minha fazendinha aos 20 anos de idade, e acordar numa mansão com 70 anos?

João jogou água no rosto e começou a acordar direito… Aos poucos foi se lembrando do acordo que fez com o homem de terno aos 20 anos. Era um traficante de uma nova substância, que João começou a revender e foi ganhando bastante dinheiro. Para expandir o negócio, João cooptou outros jovens a venderem a substância. Alguns jovens se viciaram, outros foram presos, outros foram assassinados por rivais, e muitas famílias foram destruídas com isso. O tempo passou, o João se tornou um homem muito rico e poderoso. Tinha medo de perder o que já havia conquistado, e por isso fazia de tudo para manter-se no mesmo padrão. Aos poucos os anos foram passando, passando, passando… até que João chegou aos 70 anos, nesse momento em que “acordou” e se percebeu nessa situação decadente. Estava solitário, deprimido, e sentindo um vazio interior.

Lágrimas começaram a rolar de seus olhos. E a fazenda grande, que tanto sonhava ter? E seu amigo pangaré, onde estava? E a criação de cavalos, que era a coisa que ele mais amava na vida? Em que momento seus sonhos foram jogados fora? Em que momento ele deixou de sentir o gosto do pão de cada manhã? Em que momento ele deixou de correr pelos campos junto com seu amigo cavalo? Em que momento ele renunciou a si mesmo, quem ele era de verdade, para viver uma vida de ilusão, sem valores, sem virtudes e sem princípios, apenas por dinheiro e estabilidade? Em que momento ele deixou de sentir a brisa, de beber água da cachoeira, de brincar com seus irmãos menores? Como ele simplesmente foi dormir, numa noite de sua juventude, e acordou sem ter nada vivido e aproveitado ao longo de 50 anos? Era tão capaz, tinha tantos sonhos, tanta vitalidade. Tudo era possível... Eu seria capaz de ter dado uma reviravolta em minha vida sem precisar me render as quimeras e vícios do mundo.

João acordou, e lembrou que estava com câncer. Havia formado metástase, e estava perto da morte. No dia anterior ele havia recebido a notícia, e esse foi o motivo do súbito despertar. Mas infelizmente agora era tarde. Perdera toda a sua vida, e não podia mais voltar...

Ele então pediu que sua história fosse contada aqui, para que ninguém cometa o mesmo erro que ele cometeu. Que erro é esse? O maior erro do mundo, que é abandonar a si mesmo, quem somos de verdade, em troca das migalhas da ilusão…



Autor: Hugo Lapa

sábado, 17 de agosto de 2013

Do Fogo Sagrado

Enche teu cálice com o vinho sagrado da luz. Lembre-se, querido leitor, que o Fogo Vivo Secreto e Filosófico arde dentro de tua própria Terra Filosofal.

Samael Aun Weor



quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Amour Amor


Amor, amor
Todos só querem te domar
Amor, amor
No final, eu pego entre seus dentes...

Rammstein

domingo, 4 de agosto de 2013

O Homem e A Mulher

O homem é a mais elevada das criaturas; A mulher é o mais sublime dos ideais.



O homem é o cérebro;
A mulher é o coração.
O cérebro fabrica a luz;
O coração, o AMOR.
A luz fecunda, o amor ressuscita.

O homem é forte pela razão;
A mulher é invencível pelas lágrimas.
A razão convence, as lágrimas comovem.

O homem é capaz de todos os heroísmos;
A mulher, de todos os martírios.
O heroísmo enobrece, o martírio sublima.

O homem é um código;
A mulher é um evangelho.
O código corrige; o evangelho aperfeiçoa.



O homem é um templo; a mulher é o sacrário.
Ante o templo nos descobrimos;
Ante o sacrário nos ajoelhamos.

O homem pensa; a mulher sonha.
Pensar é ter no crânio, uma larva;
Sonhar é ter na fronte, uma auréola.

O homem é um oceano; a mulher é um lago.
O oceano tem a pérola que adorna;
O lago, a poesia que deslumbra.

O homem é a águia que voa;
A mulher é o rouxinol que canta.
Voar é dominar o espaço;
Cantar é conquistar a alma.



Enfim, o homem está colocado onde termina a terra; A mulher, onde começa o céu.

Victor Hugo

Fonte: Pensador.Info