sábado, 28 de julho de 2012

Homens superiores, fugi da praça pública!

Quando pela primeira vez estive com os homens cometi a loucura do solitário, a grande loucura: fui para a praça pública.
E como falava a todos, não falava a ninguém: e de noite tinha por companheiros volatins e cadáveres; eu próprio era quase um cadáver!
A nova manhã trouxe-me uma nova verdade: aprendi então a dizer: “Que me importam a praça pública e a populaça e as orelha compridas da populaça?”
Homens superiores, aprendei isto comigo: na praça pública ninguém acredita no homem superior. E se teimais em falar lá, a populaça diz: “Todos somos iguais”.
Homens superiores, fugi da praça pública!

Nietzsche, Assim Falava Zaratustra, pág 450-451.

sábado, 14 de julho de 2012

Versos Áureos de Pitágoras

VERSOS ÁUREOS DE PITÁGORAS
(Tradução de Júlio Maciel)

PREPARAÇÃO

Aos Deuses imortais sagrado culto rende;
Resguarda o coração. Tua crença defende,
Aos sábios e aos heróis, em preito fervoroso.

PURIFICAÇÃO




Sê bom filho e bom pai, justo irmão, terno esposo,
Elege amigo teu o que em virtude prima,
Vive com ele e dele te aproxima.
Os conselhos lhe escuta; e se te aconselhando,
O teu amigo for um dia menos brando,
Perdão! Que sobre a fiel vontade – Ó lei severa ! –
A Fortuna fatal, às vezes prepondera.
Dominar as paixões é dom que te pertence:
Tuas loucas paixões subjuga e doma e vence.


Sê castro, sóbrio e ativo. A cólera o semblante
Nunca te ensombre, nunca o mal de seja aceito.
Em público ou sozinho, e como a um semelhante,
A ti mesmo tributa o devido respeito.


Na palavra e na ação sê justo e sê prudente.
Vive – mas não te saia a morte da lembrança;
Nem te esqueças jamais de que o homem facilmente
Perde as honras e os bens que facilmente alcança.


Se os males que o destino acarreta à porfia,
Nem podes mitigar – não blasfeme o teu lábio;
Suporta-os com prudência e nos Deuses confia,
Que aos Deuses praz valer ao que usa como Sábio;
 

Adeptos o Erro os tem, como a verdade bela;
O sábio adverte austero, ou aconselha amigo;
Mas, se o Erro vil domina – Ele recua, e vela;
Grava no imo do preito as palavras que eu digo:
 

Não tenhas prevenção alguma: Todavia,
Os atos de outrem pesa e a ti mesmo te guia;
Pois que nem todos são exemplo e ensinamento.
Só do insensato é agir sem fim, razão nem tento.
Contempla, no presente, o futuro e o passado.
Faze apenas aquilo em que fores versado.
Instrui-te com vagar, aprende com paciência,
Do tempo e da Constancia é que vem a sapiência,
Poupa a saúde, que ela é um tesouro precioso:
Ao teu corpo – Alimento, à tua alma – Repouso.
Usa moderação, porque inda mais nocivo
Do que a falta – Resulta, às vezes o excessivo.
Não pratiques o luxo e a avareza também,
Pois só no meio termo é que consiste o bem.


PERFEIÇÃO


 Assim que o sol de acorde e calmo te levantes,
Julga as tuas ações como severo juiz.
E ao sono não te dês sem perguntares antes:
- Hoje, em que pensei eu ? E o que foi que fiz ?
 

Fizeste o bem ? – Persiste. O mal fizeste ? – abstem-te
Ama o conselho meu, medita o que ele ensina.
Se o amares – Eu te juro – E o seguires fielmente,
Poderás  atingir a virtude Divina.


Eu te juro por quem o Augusto emblema grava
- A Tétrade sagrada – Em nosso coração.
Mas, primeiro, é mister, do seu dever escrava:
Dos Deuses a alma invoque, ardendo em devoção.
 

Sob o influxo, as obras que empreenderes
Terminarás em paz, fugindo o engano rudo.
E, perscrutando a essência aos diferentes seres,
Tu o princípio e o fim conhecerás de tudo.
 

Verás que a Natureza – O Céu há de mostrar-te –
É em tudo semelhante e a mesma em toda parte.
Conhecendo-te a ti, senhor do teu destino,
Vibrarás sem paixões teu coração no peito.
Homem – verás que são os frutos próprios do homem
A mágoa que atormenta e os males que o consomem;
Porque a origem do gozo, a fonte da ventura
Que em si mesmo possui – Além de si procura.
Bem poucos sabem ser felizes: compelidos
Pelos desejos maus, joguetes dos sentidos,
Como baixel em mar sem fim, por entre pegos,
Assim os homens vão desnorteados e cegos.
Deuses ! Quisésseis  Vós valer-lhes de onde estais !
Mas, não: Homem, teu ser provém dos imortais.
 

Discerne, por ti mesmo, o Bem e o Mal: conforto
E auxílio te dará a Natureza exemplar.
Homem sábio e feliz, o entre-sonhado porto,
Se cumprires minhas leis, um dia hás de alcançar .
 

Evita o que perturba a mente e o que a alma esmaga,
Aprimora a razão, esmera os dotes teus,
E tu, transpondo, enfim, a prepulgente plaga,
Tu, entre os Imortais, serás também um Deus ! 

quinta-feira, 5 de julho de 2012

MEDITAÇÃO E VIDA ESPIRITUAL - RENÚNCIA E DESAPEGO

Swami Yatiswarananda 1
 
Renúncia e Desapego
(Capítulo 10 do livro Meditation and Spiritual Life; Páginas 120 a 125)
 
 
A necessidade da renúncia
    É realmente muito estranho que as pessoas sofram tanto e ainda assim não despertem, mas se prendam a todos os tipos de falsas identificações. O mundo inteiro está preso pelo desejo de riqueza e sexo. As pessoas fazem disto a meta de suas vidas e ao final sofrem. Identificando-se com nosso corpo e com os outros corpos nos prendemos em todos os tipos de envolvimentos emocionais e criamos sofrimento sem fim. É claro que há muitas pessoas que parecem gostar de tudo isto. Como na parábola de Sri Ramakrishna, o camelo come arbustos espinhosos que sangram a sua boca, mas continua a comê-los da mesma forma.2  Mas um aspirante espiritual não pode viver desta forma. Ele fixou para si mesmo um ideal elevado e por isso não pode perder-se em envolvimentos mundanos. Por isso começa a pensar profundamente sobre renúncia e desapego.
    A renúncia é o tema central da vida espiritual em todas as religiões. Renúncia da riqueza e da cobiça, do sexo e da luxúria e do egoísmo – esta tríplice renúncia é invariavelmente enfatizada em todas as escrituras e por todos os homens verdadeiramente espirituais. Sem renúncia não há vida espiritual. E renúncia não significa apenas a renúncia externa, mas também a renúncia mental. Devemos renunciar a todo nosso apego ao nosso próprio corpo e mente e aos dos outros, e tornar-nos verdadeiramente desapegados de todos os modos. Não é suficiente se fizermos isto somente com relação a certas coisas e pessoas, enquanto tentamos nos prender a outros ainda mais. É fácil evitar certas coisas ou pessoas de quem não gostamos e chamar isto de renúncia. A verdadeira renúncia é a mudança de atitude em relação a tudo.
    Por que a renúncia é necessária? Por que devemos praticar tanto o desapego? As práticas espirituais jamais poderão ser executadas com sucesso sem abandonar as velhas associações com coisas e pessoas que não auxiliam ao aspirante. Somente quando estivermos preparados para renunciar nossos desejos e paixões e nosso apego aos outros, seja na afeição ou na aversão, poderemos praticar a verdadeira religião com bons resultados e  poderá haver progresso. Nunca permita que sua mente o engane sobre este ponto. A mente sempre tenta apresentar alguma razão plausível para que não possamos renunciar esta ou aquela coisa, para que nós possamos estar na companhia de tal ou qual pessoa, de que é nosso dever conversar com ele ou com ela, etc. Nunca acredite em sua mente nestes casos. Ela sempre irá enganá-lo e tornar-se o porta-voz de seus desejos conscientes ou inconscientes. Portanto não precisamos apenas de japa, oração, meditação e outras práticas espirituais, mas também de renúncia. De fato japa e meditação só são efetivos na medida em que somos bem sucedidos em ter mais e mais da verdadeira renúncia e desapego. Quando estes dois – práticas espirituais e renúncia – são combinados, torna-se possível para nós controlar a mente e começar a limpar todos seus cantos sujos onde permitimos que se acumulasse todo tipo de imundície por eras e eras através de incontáveis nascimentos.
    Demasiada mundanalidade é como o fogo. Ela queima o coração. Torna uma pessoa insensível aos valores espirituais. Uma pessoa mundana não pode apreciar a felicidade da vida espiritual. A faculdade da intuição torna-se tão inerte em uma pessoa mundana que não é mais sensível às vibrações mais elevadas. Ela não tem nenhuma idéia das verdades espirituais e apenas continua se banhando na poça suja de seus desejos e paixões.
 
Amor e apego
    Coisas ou pessoas a quem amamos, atraem nossas mentes e criam apego, raiva ou aversão. Amor e aversão são apenas os dois lados da mesma moeda; nunca se engane sobre isto. Portanto eles pertencem à mesma categoria. Raiva ou aversão é amor ou apego voltado para baixo. Não é algo essencialmente diferente. Devemos eliminar todas as formas de apego e todas as formas de medo nos tornando desapegados e livres de gostos ou desgostos pessoais. Devemos ter simpatia sem ficar apegado. Não deveria haver jamais qualquer demanda pessoal sobre alguém ou o amor de alguém; nem deveríamos permitir que alguém tivesse qualquer exigência pessoal sobre nós ou sobre nossa afeição.
    Devemos amar a Deus apenas e permitir que os outros fizessem o mesmo. Cristo diz, ‘Aquele que ama o pai ou a mãe mais do que a mim não é digno de mim, e aquele que ama seu filho ou filha mais do que a mim não é digno de mim’3, e não há nada mais verdadeiro do que isso. E também é verdade que aquele que permitir que qualquer outra pessoa o ame mais do que ao Divino, não é digno do Divino, e jamais atingirá o Divino, por mais que possa tentar. Colhemos apenas o que semeamos e enquanto continuarmos a permitir que todos estes gostos e desgostos nos prendam e aos outros com as correntes do assim chamado amor, nos manteremos escravizados, trazendo sofrimento para nós mesmos e para outros.  O sofrimento é a penalidade que pagamos por nossos apegos. Em alguns casos ele chega logo, em outros demora; mas todos devem pagar por seus erros.
    Quando as pessoas nos amam, nos sentimos lisonjeados. Nós gostamos de atrair os outros, gostamos de ser amados por outros como objetos de gozo. Mas somos geralmente muito impulsivos e não pensamos que com isso criaremos apenas problemas para nós e para os outros e impediremos nosso progresso espiritual. Devemos ter dignidade e sermos cuidadosos. Devemos adotar uma atitude pela qual os outros não se atreverão a se aproximar de nós do modo errado. Eu falo isto especialmente para as senhoras. O conceito ocidental de cavalheirismo não tem lugar na vida espiritual.
    Devotos e aspirantes espirituais são nossos queridos, pois somos todos ligados pela corda comum do divino Amor que é permanente. O amor pelos irmãos espirituais é muito mais intenso e benéfico que o amor mundano. Olhe para a relação que existiu entre os discípulos de Cristo, entre os discípulos de Sri Ramakrishna. Que amor terno, respeito mútuo e consideração existiram entre eles! Quando nós, ainda jovens, entramos em contato com os grandes discípulos de Sri Ramakrishna, também fomos profundamente atraídos pelo intenso, porém puro, e abnegado amor que derramaram sobre nós. Somente um homem espiritual pode ter amor real pelos outros. O assim chamado amor das pessoas mundanas é freqüentemente apenas auto-interesse refinado.
    As almas iluminadas amam a todas as pessoas da mesma forma sem se apegarem a elas porque eles realizaram a verdade da famosa declaração do Upanishad:
        Não é por causa do esposo que o esposo é amado,
        Mas é por causa do Ser que o esposo é amado.
        Mas é por causa do Ser que a esposa é amada.
        Não é por causa dos filhos que os filhos são amados,
        Mas é por causa do Ser que os filhos são amados...
        Não é por causa de tudo que tudo é amado,
        Mas é por causa do Ser que tudo é amado. 4
 
    As vidas das almas iluminadas nos ensinam que a renúncia e o desapego não significam insensibilidade e indiferença. Insensibilidade não é desapego; não é nada além de egoísmo, apego ao seu próprio ego. Tente ajudar aos outros tanto quanto esteja em sua capacidade, tomando todas as precauções para se proteger e evitar não ficar apegado a eles. Se você não puder fazer isto, reze a Deus para o bem-estar deles. Se orar sincera e intensamente você verá a ajuda chegando a aqueles que você quer ajudar. Mas lembre-se, se você quiser rezar pelos outros, você deve sentir a si mesmo próximo a Deus. Se você não puder impedir a si mesmo de ficar apegado aos outros, é melhor não ajudá-los. É melhor se voltar para a oração. De fato todos os aspirantes sinceros devem incluir este tipo de oração pelos outros em suas práticas espirituais diárias.
    Durante o período de transição da vida mundana para a vida espiritual, podemos sentir um pouco de indiferença pelos outros por algum tempo. Para proteger-nos podemos até cultivar uma atitude de indiferença, mas somente por um período curto. Se prender-se ao ideal da realização de Deus e levar uma vida pura, você descobrirá depois de algum tempo seu velho amor pelos outros retornar a você de uma forma purificada e sublimada, no qual apenas o apego foi eliminado e substituído por intenso amor por Deus. Então você ama aos outros por causa do Divino e não por qualquer propósito egoísta. Só isto é o verdadeiro amor. Devemos nos afastar de dois perigos: um é amar aos outros com amor humano e falsamente chamá-lo de ‘divino’ e o outro é ser demasiadamente indiferente até mesmo pelos sentimentos corretos e ser negligente com nossos deveres. Ambos são prejudiciais ao crescimento espiritual.
   
Os verdadeiros parentes
      Quem são nossos verdadeiros parentes? Bāndhavāh Śivabhaktāśca (‘os devotos de Śiva são meus parentes’) diz Śamkara em um de seus hinos. 5 Muito freqüentemente aqueles a quem consideramos muito próximos e queridos são completos estranhos para nós. Eles vivem em um plano de pensamentos e nós em outro. Aqueles que são sinceros aspirantes espirituais e estão ansiosos para fazer rápido progresso espiritual deveriam aprender a viver como estranhos em suas próprias casas. Se seus amigos e parentes são bons e espirituais, você pode associar-se com eles. Mas se eles são mundanos e inclusive tentam arrastá-lo até eles, o único caminho aberto para você é afastar-se deles. Se você deseja seguir adiante e outros querem deitar-se, que mais você pode fazer?
    Aqueles que vivem com parentes que são mundanos deveriam viver como hóspedes em uma casa de hóspedes. Eles devem abandonar a idéia de propriedade e ter a idéia de um administrador temporário. Você não deve jamais ter nenhuma exigência emocional sobre eles. Eles não são sua propriedade. Se você possuir algo, você dele possuí-lo como um administrador temporário, não como um proprietário, e administrá-lo em nome do Senhor.
    Aprenda a desenvolver a verdadeira perspectiva com relação a sua família. Liberte a mente de todas as velhas associações conectadas com formas puramente humanas de amor e aversão, conectadas com apego e sexo; somente então a verdadeira prática espiritual se tornará possível. Tudo antes disto é apenas uma tentativa de prática espiritual e nada mais. Quando menino eu era muito sentimental. Eu costumava me apegar terrivelmente às pessoas após um dia ou dois de contato. Eu também me extasiava por todo amor e afeição por mim de meus pais, parentes e amigos, e costumava pensar muito neles. Ao final eu não pude suportar todos estes sentimentos mais e firmemente disse a mim mesmo: ‘Isto tem que mudar’. Então me voltei para o Impessoal mais e mais. Somente o pensamento do Supremo Espírito que mora em todos os seres pode libertar-nos de nosso apego às pessoas. Você deve pensar este pensamento tão intensamente até que ele se torne uma realidade para você, algo que é vívido e permanente. Isto sustentará você mesmo quando todos os seus pensamentos sobre as outras pessoas estourem como bolhas mais cedo ou mais tarde.
 
A raiva é tão prejudicial quanto o apego
      A raiva é tão prejudicial quanto o apego, de fato é a mesma coisa. O apego e a raiva são apenas as duas faces da mesma moeda, como eu disse antes. Nunca se engane pensando que um é melhor que o outro. Ambos são correntes e degradam ao ser humano, impedindo-o de se elevar à sua verdadeira estatura. Ambos devem ser renunciados.
    Vamos discutir a questão da raiva. Por que ficamos com raiva? Somente por que alguém ou algo está no caminho do que achamos ser o objeto de nosso gozo. Esta é a única razão para toda a nossa raiva. Sempre descobrimos que a raiva está intimamente conectada com um ego muito valorizado ou um forte senso de personalidade. Sem este forte senso do ego e um excessivo desejo pelo gozo, físico e mental, a raiva jamais poderia nem mesmo surgir em nossos corações. Portanto este ego, este desejo pelo gozo, é a única causa de termos raiva. Se não desejarmos nenhum gozo, se não esperarmos nada de ninguém, mas apenas dar e agir sem nunca esperar qualquer recompensa, jamais poderá surgir qualquer raiva. Portanto devemos ficar com raiva de nossa raiva, e não com outros. Devemos ter uma raiva terrível de nossos desejos pelo gozo dos sentidos e não com os objetos propriamente ditos. O único modo prático é sublimar a raiva e finalmente eliminá-la. E sem eliminar a raiva e outros males associados, jamais poderemos fazer qualquer progresso na vida espiritual. A luxúria e a raiva são os maiores inimigos no caminho espiritual. Portanto eles deveriam ser cuidadosamente evitados por todos os aspirantes.
            Assim, onde quer que haja raiva existe algum apego, algum desejo excessivo ou afeição. Verdadeiramente falando, sem apego a alguma pessoa ou coisa jamais poderá surgir qualquer forma de raiva. É apenas nossa perversa vontade de gozar que traz a raiva. Mas isto deveria ser compreendido mais num sentido sutil do que de num sentido grosseiro. Não precisa necessariamente ser qualquer desejo por formas grosseiras de gozo que se encontra na raiz da raiva.
    Algumas pessoas se tornam agressivas quando praticam renúncia. Isto ocorre porque quando a força do apego é reduzida, a força da raiva se torna mais forte. Muitos aspirantes espirituais se tornam facilmente irritáveis nos primeiros estágios de sādhanā. Esta é uma reação às tentativas frágeis de renúncia que fazem. A renúncia externa nem sempre é seguida pelo desapego interno. O apego interno entra em conflito com a renúncia externa e conduz às tensões. A verdadeira renúncia deve ser a renúncia do apego e da raiva.
    Somente quando começamos a praticar a verdadeira renúncia é que realizamos que tipo de vida miserável nós estivemos vivendo até então. Também realizamos que é a força do passado agora o maior obstáculo. Isto leva ao remorso e ao arrependimento. Deve existir certa quantidade de saudável autocrítica, mas ela nunca deveria se tornar destrutiva ou terminar em emocionalismo negativo. Não diga, ‘Ó, que pecador, que criatura desprezível eu sou!’, mas aprenda a dizer, ‘Se eu cometi erros no passado, já acabou. Que eu saiba que fiz algo errado, mas que não fique pensando sobre isto. Que eu vire uma nova página e faça melhor no futuro, que eu seja mais atento no futuro e aprenda a ser um ser humano ao invés de um animal’. Este é o modo correto. Quer sejamos jovens ou velhos, devemos todos renascer no mundo do Espírito e começar nossa marcha em direção à Verdade.
 

 1 Swami Yatiswarananda (1889-1966), foi um discípulo de Swami Brahmananda e Vice-Presidente da Ordem Ramakrishna.
2 Gospel of Sri Ramakrishna, transl. by Swami Nikhilananda (Madras: Sri Ramakrishna Math, 1974), p. 118.
3 Bíblia, São Mateus, 10:37.
4 Brhadaranyaka Upanisad, 2.4.5; 4.5.6
5 Annapurnastotram, verso 12.

Como Saber Quem Eu Sou?

Acho que estou vivendo para agradar outras pessoas. Nem sei mais o que é bom para mim. Casar e ter filhos é o que a minha mãe quer, mas será que essa vontade é dela ou minha? Realmente, não sei mais qual é minha vontade. Quem sou eu?

O desabafo acima é um questionamento muito comum entre as pessoas. Estamos sempre dispostos a agradar e corresponder aquilo que esperam de nós, pois foi assim que aprendemos desde muito pequenos: a obedecer! E quando começamos a pensar com nossa própria cabeça e questionar se o caminho que estamos trilhando é mesmo aquele que queremos, o conflito se torna inevitável. As perguntas quem sou eu?, o que eu quero?, estou feliz? insistem em martelar em nossa cabeça e uma vez iniciado o questionamento é como se ele tivesse vida própria, não para mais. Como encontrar tais respostas? Como nos libertar da busca de reconhecimento, aprovação, da necessidade de agradar, deixar de ser tão suscetível a críticas e opinião das outras pessoas? Não é fácil libertar-se de tantas correntes que nos aprisionam. Sim, ficamos presos a essas necessidades que mal conseguimos viver, como se estivéssemos verdadeiramente acorrentados.

Para evitar esse conflito, durante algum tempo até conseguimos nos distrair com outros interesses, seja trabalhando em excesso para não sobrar tempo para pensar; seja cuidando da vida dos outros, ajudando, aceitando ou criticando-os, seja adoecendo como forma de chamar atenção, seja nos sobrecarregando com infinitas atividades, enfim, tudo isso pode inicialmente nos beneficiar à medida que proporciona a oportunidade de nos esconder de nós mesmos. Sofremos muito com as perdas durante a vida, mas não percebemos o quanto perdemos a nós mesmos cada vez que olhamos para o lado para não olhar para dentro de nós.

Você já reparou que quando estamos frente a uma multidão, conseguimos ver a todos, mas não vemos a nós mesmos? Percebe a diferença? Sempre estamos vendo os outros, o que interfere de forma profunda e simbólica quando precisamos ter o conhecimento de nossos próprios sentimentos. Sempre é mais fácil olhar o outro, perceber qual o melhor caminho para ele, do que olhar para dentro de nós e definir o próprio caminho.

Para conseguir as respostas das perguntas acima é preciso saber o que nos afastou de nós mesmos. Tudo começa de maneira muito sutil quando ainda somos muito pequeninos. Quando nascemos somos genuínos, iluminados, mas com o transcorrer do tempo começamos a nos apagar... ou somos apagados diante das cobranças, superproteção, vergonha, humilhação, rejeição, abandono, regras, etc, e inconscientemente, vamos nos distanciando de quem somos em essência, de nosso verdadeiro eu- o self. Com a intenção de sermos aceitos, criamos o que chamamos de máscaras, que são defesas que nosso inconsciente cria com o intuito de evitar a dor dos sentimentos que nos fazem sentir.

O raciocínio do inconsciente seria o seguinte: Se sou tão criticado, se não faço nada certo, serei diferente para quem conseguir ser aceito e amado . Crescemos acreditando que não somos suficientemente bons para sermos amados pelo que somos, assim procuramos desesperadamente criar uma imagem de como deveríamos ser. Começamos a criar um falso eu como proteção e reprimimos cada vez mais nosso eu verdadeiro. Isso vai se cristalizando aos poucos, até que quando começamos a nos sentir insatisfeitos, infelizes, em conflito, ou quando algo acontece como uma perda significativa pela separação, morte, doença, e nos faz refletir como está nossa vida, é que começamos a questionar o que está acontecendo. E parece que quanto mais pensamos mais perdidos nos sentimos, é como se não soubéssemos mais quem somos, como o desabafo do início deste artigo.

Muitos se desesperam, ficam deprimidos, pois não conseguem identificar o que está acontecendo. A distância de si mesmo é tão profunda que não conseguimos mais ouvir nossa própria voz, nossos desejos e sonhos, é como se tudo tivesse se perdido. Mas, na verdade, tudo ainda está dentro de nós, só precisamos saber como encontrar a parte perdida.

Para alcançar o verdadeiro eu é preciso identificar quais são suas máscaras. Você sabe? Não é um processo simples, afinal, foram tantos anos acreditando ser de um jeito, como agora alguém lhe diz que essa pessoa não é você? É preciso fazer o caminho de volta, buscar o seu eu verdadeiro, sua essência. Em que momento da vida você se perdeu de si mesmo? Muitas vezes nem lembramos. Você pode começar identificando aquilo que neste momento está lhe incomodando, atrapalhando ou lhe trazendo conflitos.

As máscaras que desenvolvemos podem ser muitas. Por exemplo, a superioridade, arrogância, o poder, orgulho, a necessidade de agradar, o ser bonzinho em excesso, alegre em excesso,rindo de tudo e de todos, podem ser máscaras que ocultam profundos sentimentos de danos emocionais e conseqüente falta de valor a si mesmo, mas que um dia foram criadas paraprotegê-lo da dor. Geralmente aquilo que nos traz conflitos são nossas necessidades não supridas desde muito pequenos e que só agora começamos a ter consciência.

O casamento está mal, não recebe atenção como gostaria? Será que essa atenção que espera já não vem lá de criança? Por mais que o outro lhe dê atenção dificilmente conseguirá suprir a necessidade somada por anos.

O que isso tem a ver com máscara? Provavelmente, quando criança já sentia a necessidade de atenção, mas como forma de se defender ou seja, para obter a atenção não recebida, passou a fazer de tudo pelo outro, agradando sempre e incondicionalmente, com o pensamento inconsciente de ser valorizado e assim receber atenção tão desejada.

Cresceu dentro deste padrão e no casamento deve ter agido da mesma maneira, sempre agradando, se sobrecarregando, mas com o passar dos anos a necessidade vai sendo potencializada, até chegar num ponto em que seu corpo e/ou sua mente não agüentam mais, mas ao mesmo tempo, não consegue identificar todo esse processo, pois não há esse conhecimento e o conflito se instala.

Quando isso acontece é hora de parar tudo e refletir no que está acontecendo, quando tudo começou, e em geral, começa lá no passado, na forma como fomos cuidados, educados, reprimidos, exigidos, cobrados. Quando começamos a nos moldar ao que esperavam de nós e desta forma começa o processo de distância de quem somos. O caminho de volta é longo, mas valioso.

Rosemeire Zago

O Maior obstáculo para a Iluminação

Eu gostaria de dizer que o texto abaixo é de minha autoria, porque seria um sinal de que eu já estaria pra lá de Marrakesh na minha busca interior, mas não é. Como sempre, não vou dizer o nome do autor, um mestre raro, para que a mente do leitor faça o esforço que deveria fazer sempre ao ler algo: ter a mente aberta e julgar por si mesmo, sem rótulos prévios deste ou daquele mestre.
O texto tem perguntas freqüentes que todo nós fazemos sobre os assuntos a Mente, o Ser, a Iluminação.
Quem quiser tentar acertar o autor, escreva nos comentários e a gente confirma ou não.
Então vamos lá:
Por mais de trinta anos um mendigo ficou sentado no mesmo lugar, debaixo de uma marquise. Até que um dia, uma conversa com um estranho mudou sua vida:
- Tem um trocadinho aí pra mim, moço?- murmurou, estendendo mecanicamente seu velho boné.
- Não, não tenho disse o estranho. - O que tem nesse baú debaixo de você?
Nada, isso aqui é só uma caixa velha. Já nem sei há quanto tempo sento em cima dela.
Nunca olhou o que tem dentro?- perguntou o estranho.
Não, respondeu.- Para quê? Não tem nada aqui, não!
Dê uma olhada dentro -insistiu o estranho, antes de ir embora.
O mendigo resolveu abrir a caixa. Teve que fazer força para levantar a tampa e mal conseguiu acreditar ao ver que o velho caixote estava cheio de ouro.

Eu sou o estranho sem nada para dar, que está lhe dizendo para olhar para dentro. Não de uma caixa, mas sim de você mesmo. Imagino que você esteja pensando indignado: "Mas eu não sou um mendigo!"
Infelizmente, todos que ainda não encontraram a verdadeira riqueza - a radiante alegria do Ser e uma paz inabalável são mendigos, mesmo que possuam bens e riqueza material. Buscam, do lado de fora, migalhas de prazer, aprovação, segurança ou amor, embora tenham um tesouro guardado dentro de si, que não só contém tudo isso, como é infinitamente maior do que qualquer coisa oferecida pelo mundo.
A expressão iluminação transmite a idéia de uma conquista sobre-humana, e isso agrada ao ego, mas é simplesmente o estado natural de sentir-se em unidade com o Ser. É um estado de conexão com algo imensurável e indestrutível. Pode parecer um paradoxo, mas esse "algo" é essencialmente você e, ao mesmo tempo, é muito maior do que você. A iluminação consiste em encontrar a verdadeira natureza por trás do nome e da forma. A incapacidade de sentir essa conexão dá origem a uma ilusão de separação, tanto de você mesmo quanto do mundo ao redor. Quando você se percebe, consciente ou inconscientemente, como um fragmento isolado, o medo e os conflitos internos e externos tomam conta da sua vida.
Adoro a definição simples de Buda para a iluminação: "É o fim do sofrimento." Não há nada de sobre-humano nisso, não é mesmo? Claro que não é uma definição completa. Ela apenas nos diz o que a iluminação não é: não é sofrimento. Mas o que resta quando não há mais sofrimento? Buda silencia a respeito, e esse silêncio implica que teremos de encontrar a resposta por nós mesmos. Como ele emprega uma definição negativa, a mente não consegue entendê-la como uma crença, ou como uma conquista sobre-humana, um objetivo difícil de alcançar. Apesar disso, a maioria no budismo ainda acredita que a iluminação é algo apenas para Buda e não para eles próprios, pelo menos, não nesta vida.

- Você usou a palavra Ser. Pode explicar o que quer dizer com isso?
- Ser é a eterna e sempre presente Vida Única, que existe além das inúmeras formas de vida sujeitas ao nascimento e à morte. Entretanto, o Ser não está apenas além, mas também dentro de todas as formas, como a mais profunda, invisível e indestrutível essência interior. Isso significa que ele está ao seu alcance agora, sob a forma de um eu interior mais profundo, que é a verdadeira natureza dentro de você. Mas não procure apreender isso com a mente. Não tente entendê-lo. Só é possível conhecê-lo quando a mente está serena. Se estiver alerta, com toda a sua atenção voltada para o Agora, você até poderá sentir o Ser, mas jamais conseguirá compreendê-lo mentalmente. Recuperar a consciência do Ser e submeter-se a esse estado de "percepção dos sentidos" é o que se chama iluminação.

- Quando você diz Ser, está falando sobre Deus? Se estiver, por que não diz expressamente?
- A palavra Deus tornou-se vazia de significado ao longo de milhares de anos de utilização imprópria. Emprego-a ocasionalmente, mas com moderação. Considero imprópria a sua utilização por pessoas que jamais tiveram a menor idéia do reino do sagrado, da infinita imensidão contida nessa palavra, mas que a usam com grande convicção, como se soubessem do que estão falando. Existem ainda aqueles que questionam o termo, como se soubessem o que estão discutindo. Esse uso indevido dá origem a crenças, afirmações e delírios absurdos, tais como "o meu ou o nosso Deus é o único Deus verdadeiro, o seu Deus é falso", ou a famosa frase de Nietzsche, "Deus está morto".
A palavra Deus se tornou um conceito fechado. Quando a pronunciamos, criamos uma imagem mental, talvez não mais a de um velhinho de barba branca, mas ainda uma representação mental de alguém ou de algo externo a nós e, quase inevitávelmente, alguém ou alguma coisa do sexo masculino.
Tanto Deus quanto Ser são palavras que não conseguem definir nem explicar a realidade por trás delas. Ser, entretanto, tem a vantagem de sugerir um conceito aberto. Não reduz o invisível infinito a uma entidade finita. É impossível formar uma imagem mental a esse respeito. Ninguém pode reivindicar a posse exclusiva do Ser. É a sua essência, tão acessível como sentir a sua própria presença, a realização do Eu sou que antecede o "eu sou isso" ou "eu sou aquilo". Portanto, a distância é muito curta entre a palavra Ser a vivência do Ser.

- Qual o maior obstáculo para vivenciar essa realidade?
- Identificar-se com a mente, o que faz com que estejamos sempre pensando em alguma coisa. Ser incapaz de parar de pensar é uma aflição terrível, mas ninguém percebe porque quase todos nós sofremos disso e, então, consideramos uma coisa normal. O ruído mental incessante nos impede de encontrar a área de serenidade interior, que é inseparável do Ser. Isso faz com que a mente crie um falso eu interior que projeta uma sombra de medo e sofrimento sobre nós. Examinaremos esses pontos detalhadamente, mais adiante.
O filósofo Descartes acreditava ter alcançado a verdade mais fundamental quando proferiu sua conhecida máxima: "Penso, logo existo." Cometeu, no entanto, um erro básico ao equiparar o pensar ao Ser, e a identidade ao pensamento. O pensador compulsivo, ou seja, quase todas as pessoas, vive em um estado de aparente isolamento, em um mundo povoado de conflitos e problemas. Um mundo que reflete a fragmentação da mente em uma escala cada vez maior. A iluminação é um estado de plenitude, de estar "em unidade" e, portanto, em paz. Em unidade tanto com o universo quanto com o eu interior mais profundo, ou seja, o Ser. A iluminação é o fim não só do sofrimento e dos conflitos internos e externos permanentes, mas também da aterrorizante escravidão do pensamento. Que maravilhosa libertação!
Se nos identificamos com a mente, criamos uma tela opaca de conceitos, rótulos, imagens, palavras, julgamentos e definições que bloqueia todas as relações verdadeiras. Essa tela se situa entre você e o seu eu interior, entre você e o próximo, entre você e a natureza, entre você e Deus. É essa tela de pensamentos que cria uma ilusão de separação, uma ilusão de que existe você e um "outro" totalmente à parte. Esquecemos o fato essencial de que, debaixo do nível das aparências físicas, formamos uma unidade com tudo aquilo que é. Por "esquecermos" quero dizer que não sentimos mais essa unidade como uma realidade evidente por si só. Podemos até acreditar que isso seja uma verdade, mas não mais a reconhecemos como verdade. Acreditar pode até trazer conforto. No entanto, a libertação só pode vir através da vivência pessoal.
Pensar se tornou uma doença. A doença acontece quando as coisas se desequilibram. Por exemplo, não há nada de errado com a divisão e a multiplicação das células no corpo humano. Mas, quando esse processo acontece sem levar em conta o organismo como um todo, as células se proliferam e temos a doença.
Se for usada corretamente, a mente é um instrumento magnífico. Entretanto, quando a usamos de forma errada, ela se torna destrutiva. Para ser ainda mais preciso, não é você que usa a sua mente de forma errada. Em geral, você simplesmente não usa a mente. É ela que usa você. Essa é a doença. Você acredita que é a sua mente. Eis aí o delírio. O instrumento se apossou de você.

- Não concordo muito com isso. É verdade que penso muito sem um objetivo definido, como a maioria das pessoas, mas ainda posso escolher como usar a minha mente para ter e conseguir coisas, e faço isso o tempo todo.
- Só porque podemos resolver palavras cruzadas ou construir uma bomba atômica não significa que estejamos usando a mente. Assim como os cães adoram mastigar ossos, a mente adora transformar dificuldades em problemas. É por isso que ela resolve palavras cruzadas e constrói bombas atômicas. Mas essas coisas não interessam a você. Pergunto então: você consegue se livrar da sua mente quando quer? Já encontrou o botão que a "desliga"?

- A idéia é parar de pensar completamente? Não, não consigo, a não ser por um ou dois segundos.
- Então, é porque a mente está usando você. Estamos tão identificados com ela que nem percebemos que somos seus escravos. É quase como se algo nos dominasse sem termos consciência disso e passássemos a viver como se fôssemos a entidade dominadora. A liberdade começa quando percebemos que não somos a entidade dominadora, o pensador. Saber disso nos permite observar a entidade. No momento em que começamos a observar o pensador, ativamos um nível mais alto de consciência. Começamos a perceber, então, que existe uma vasta área de inteligência além do pensamento, e que este é apenas um aspecto diminuto da inteligência. Percebemos também que todas as coisas realmente importantes como a beleza, o amor, a criatividade, a alegria e a paz interior surgem de um ponto além da mente. É quando começamos a acordar...”
 

EU SOU O QUE SOU

NÃO É ESTRANHO QUE QUASE TODA ENTIDADE QUE SE COMUNICA HOJE EM DIA ESTEJA CITANDO A FRASE EU SOU O QUE SOU? OU FINALIZANDO CANALIZAÇÕES COM "EU SOU...?".
VOCÊS ACHAM QUE ISSO É POR SIMPLES ACASO, QUERIDOS? DE JEITO NENHUM.
ESSA É UMA DAS FRASES MAIS IMPORTANTES QUE JAMAIS ENTRARAM NA MENTE CONSCIENTE DE TODO O PLANETA. ATÉ MESMO OS ANIMAIS, OS VEGETAIS E OS MINERAIS ESTÃO FALANDO ESSA FRASE. E O QUE É MAIS INTERESSANTE: AS PARTÍCULAS DE QUE SÃO FEITOS OS MATERIAIS MANUFATURADOS DE SUAS VIDAS COTIDIANAS, TAMBÉM ESTÃO EXCLAMANDO "EU SOU O QUE EU SOU!".
ISSO DEVE SIGNIFICAR ALGO EXTRAORDINÁRIO. E ACREDITEM MEUS QUERIDOS, SIGNIFICA.
NO CURSO DOS ÚLTIMOS CINQÜENTA ANOS, NOVAS ENERGIAS ENTRARAM PARA MANTER AS COISAS DE TAL MANEIRA QUE PUDÉSSEMOS SOBREVIVER NO PLANETA, APÓS O ANO 2000. PERMITAM AGORA QUE COMPARTILHEMOS ALGUNS SEGREDOS COM VOCÊS, PORQUE É MAIS DO QUE TEMPO, E ESSA INFORMAÇÃO PRECISA SER DADA A TODOS O MAIS RÁPIDO POSSÍVEL.

“EU SOU O QUE SOU” (ENERGIA ESOQS) É EXATAMENTE O QUE DIZ QUE É. É ENERGIA - NÃO APENAS QUALQUER ENERGIA, MAS A ENERGIA RESPONSÁVEL PELA CRIAÇÃO DA PRIMEIRÍSSIMA SEMENTE DE QUALQUER EXISTÊNCIA EM QUALQUER PARTE! AINDA MAIS DO QUE ISSO, ESSA FONTE DE ENERGIA MAGNÍFICA E INTELIGENTE ENCONTROU UMA VOZ, RESTABELECEU-SE DENTRO DE SUA PRÓPRIA TOTALIDADE, E JÁ COMEÇOU A FUNCIONAR, OU SEJA, A COMPREENDER TUDO SOBRE A TERRA E SEUS HABITANTES.

VÁRIAS ENTIDADES CONTINUAMENTE LHES PEDEM PARA FALAR ESTA FRASE – “ EU SOU O QUE SOU” - EM VOZ ALTA, OU REPETI-LA NA FRENTE DO ESPELHO TRÊS VEZES, PARA AJUDAR O DESPERTAR DAS CÉLULAS.
FAÇAM-NO. ESSE É UM EXERCÍCIO QUE VOCÊS TÊM QUE FAZER, VOCÊS PRECISAM FAZER. É IMPERATIVO QUE O FAÇAM, E QUE O ENSINEM A TODOS OS QUE POSSAM ENCONTRAR, PORQUE ELE FAZ EXATAMENTE O QUE SE DIZ QUE FAZ - DESPERTA AS SUAS CÉLULAS PARA AS MUDANÇAS QUE ESTÃO OCORRENDO AGORA.
E COMO EXISTE ALGUMA MEMÓRIA (NEM TODA FOI PERDIDA) DESSA ENERGIA “ESOQS” HÁ MUITO ESQUECIDA, EMBORA LATENTE, FALAR AS PALAVRAS REGENERA AS ANTIGAS LEMBRANÇAS E AJUDA A PREPARAR AS CÉLULAS PARA O QUE ESTÁ DIANTE DE VOCÊS.
SUGERIMOS QUE ACRESCENTE À FRASE “EU SOU O QUE SOU”, A EXPRESSÃO: "DEUS É AMOR".
ISSO AJUDA A AMALGAMAR AS ENERGIAS QUE ESTÃO SENDO DESPEJADAS EM VOCÊS E NA TERRA, DE UMA MANEIRA AINDA MAIS DELICADA E EFETIVA.
CADA VEZ QUE SENTIREM OS "VELHOS PADRÕES" VOLTANDO, DIGAM ESSA FRASE. REPITAM E TORNEM A REPETIR, MESMO QUE ESTEJAM BEM, PORQUE A REPETIÇÃO É A ÚNICA MANEIRA DE AFASTAR OS VELHOS PADRÕES E RE-INTRODUZIR AQUELES HÁ MUITO ADORMECIDOS, E QUE SÃO OS SEUS VERDADEIROS PADRÕES.
ACREDITEM QUERIDOS, NÃO FAZ NENHUMA DIFERENÇA SE VOCÊS REPETIREM AS FRASES COM RAIVA, FRUSTRAÇÃO OU AMOR. TUDO VIRÁ JUNTO PARA DENTRO DE VOCÊS E PARA DENTRO DA TERRA, COM VELOCIDADE AUMENTADA E NOVA INTENSIDADE. VOCÊS PODEM NÃO SENTI-LO NEM SÊ-LO 100%, MAS SE SENTIRÃO DIFERENTES.
ESSA DIFERENÇA É APENAS O COMEÇO, E UMA VEZ QUE A SINTAM, DEVEM CONTINUAR A TRABALHAR, PORQUE A VERBALIZAÇÃO SÓ É POSSÍVEL A VOCÊS FAZEREM. DESSA FORMA QUERIDOS, VOCÊS ESTÃO CRIANDO A MUDANÇA, QUE É O QUE SEMPRE LHES FOI DITO PARA FAZER.

FAÇAM ISSO CADA VEZ QUE SE OLHAREM NO ESPELHO (VOCÊS FAZEM ISSO COM MUITA FREQÜÊNCIA...). OLHEM PARA AQUELE ESPELHO E PARA DENTRO DE SEUS OLHOS. DIGAM AS FRASES MENTALMENTE OU EM VOZ ALTA. NÃO FAZ DIFERENÇA AGORA, POIS ELAS SÃO UMA PARTE DE VOCÊS E RESPONDERÃO ÀS SUAS NECESSIDADES DENTRO DE POUCOS MINUTOS.

FALEM EM SUAS MEDITAÇÕES. REFORCEM O "EU SOU O QUE EU SOU - DEUS É AMOR" COMO O PRINCÍPIO GOVERNANTE DE SUA FORMA FÍSICA.
DEPOIS QUE TODAS AS PARTES DE SUA FISICALIDADE ESTIVEREM LEVEMENTE MAIS ACOSTUMADAS A ESSAS ENERGIAS, RESERVEM OUTRO MOMENTO PARA DESCOBRIR SE ALGUMA OUTRA COISA PRECISA SER ACRESCENTADA OU RE-DESPERTADA, PARA QUE VOCÊS FAÇAM A FORMA FÍSICA FICAR CADA VEZ MAIS COMPLETA.
É CLARO QUE VOCÊS PRECISAM COMPARTILHAR ISSO COM SUAS PARTES IMEDIATAS (CORPO EMOCIONAL E MENTAL) E ELAS COM VOCÊS, POIS SUA EXISTÊNCIA É EQUILIBRADA COM AS ENERGIAS DELAS TAMBÉM, E VOCÊS NÃO QUEREM NENHUM CURTO-CIRCUITO NESSA CONJUNTURA, CERTO?
MESMO QUE VOCÊS NÃO ACEITEM A IDÉIA DE PARTES ETÉRICAS IMEDIATAS CONECTADAS A VOCÊS E A SUA ATUAL FISICALIDADE, VOCÊS CERTAMENTE PRECISAM SABER SOBRE ANJOS DA GUARDA E QUE CADA PARTE DA VIDA TEM UM. CONCORDAM?
BEM, AGORA É HORA DE PEDIR AO SEU ANJO DA GUARDA PARA AJUDÁ-LOS A COORDENAR,  DIRIGIR E CURAR O CORPO FÍSICO, EMOCIONAL E MENTAL. AFINAL, QUEM SABE MELHOR DO QUE VOCÊS O QUE ESTÁ AFLIGINDO SEU CORPO FÍSICO, EMOCIONAL E MENTAL?
AGORA REINCORPOREM SUA MENTE-CORPO NISSO OUTRA VEZ, POIS É ESSA PORÇÃO INTEGRAL DE VOCÊS QUE ESTÁ ENCARREGADA DE TODAS AS ESTRUTURAS CELULARES. E PARA CONSEGUIR ESSA INCORPORAÇÃO QUERIDOS, DESPERTEM SEU CENTRO CARDÍACO, LIMPEM E ENERGIZEM CORRETAMENTE SEUS CHAKRAS. SUA FORÇA GUARDIÃ ANGELICAL E/OU SEUS PRÓPRIOS GUIAS FICARÃO FELIZES DE AJUDÁ-LOS COM ISSO. PEÇAM E SERÁ ASSIM. DEPOIS O SINTAM DENTRO DO SEU CENTRO CARDÍACO E DE SUA FORMA FÍSICA.
SURGE UMA QUESTÃO ESSENCIAL: COMO VOCÊS REALMENTE FICAM LIVRES DOS VELHOS PADRÕES (VELHOS PENSAMENTOS E IDÉIAS CONTAMINADOS QUE LHES FORAM PASSADOS E ACEITOS POR VOCÊS), PADRÕES ESSES QUE CRIARAM DOENÇAS E SÍMILES DENTRO DE SUAS ESTRUTURAS (FÍSICA, EMOCIONAL E MENTAL)?
A RESPOSTA: REÚNAM OS PADRÕES DE SAÚDE E INTEGRIDADE (SUAS IDÉIAS E FILOSOFIAS A RESPEITO DESSE ASSUNTO) DE QUE POSSAM SE LEMBRAR DE SEUS PRIMEIROS ANOS, OU DOS ANOS EM QUE ELES FORAM CRIADOS (DURANTE A EDUCAÇÃO RECEBIDA NA FAMÍLIA OU NAS ESCOLAS PRIMÁRIAS, POR EX.); E NO LUGAR DELES CRIEM OUTRAS IDÉIAS (NOVOS PADRÕES) A RESPEITO.

CRIEM (TROQUEM SUAS IDÉIAS ANTIGAS) A MELHOR CONDIÇÃO PARA SI MESMOS A PARTIR DE SUA PRÓPRIA IMAGINAÇÃO E VÃO ATÉ SEU CENTRO CARDÍACO E PEGUEM O QUE AINDA PRECISAREM, DO “ESTOQUE DE TODOS OS SEUS OUTROS EUS”, ANTERIORES OU FUTUROS.

DAMO-LHES AQUI APENAS ALGUMAS SUGESTÕES, PORQUE CADA UM DE VOCÊS É UM INDIVIDUO E CADA UM TEM SUA PRÓPRIA MANEIRA DE TRABALHAR. MISTUREM TUDO O QUE ESTÁ AÍ ACIMA E VEJAM POR SI MESMOS O QUE ACONTECERÁ. VOCÊS PODEM FICAR MAIS DO QUE AGRADAVELMENTE SURPRESOS!
VOCÊS PODEM TAMBÉM EXPANDIR ISSO E INCLUIR QUALQUER COISA EM QUE POSSAM PENSAR. ISSO PODE TAMBÉM INCLUIR ATÉ SEUS ATUAIS PADRÕES ATMOSFÉRICOS. ATÉ UMA ONDA TSUNAMI PODE SER ACALMADA, PERMITINDO UMA DIMINUIÇÃO DAS CONDIÇÕES DESFAVORÁVEIS.

COM TODA A CERTEZA, INTRODUZIR A SEQÜÊNCIA “EU SOU O QUE SOU” A ISSO E OUTRAS TANTAS OUTRAS SITUAÇÕES, SERÁ UMA BENÇÃO.
AMBOS PRECISAM SE REUNIR NESSA NOVA ENERGIA. FAÇAM-NO. CONTEM-LHES. EXPLIQUEM-LHES E SERÁ FEITO. AO 'PEDIR', AO 'FALAR', AO 'PENSAR', VOCÊS ESTÃO REZANDO.
E COMO TUDO FAZ PARTE DO TODO, ENTÃO TUDO SE OUVE, E NESSA CIRCUNSTÂNCIA CRIA-SE NOVAS ENERGIAS PARA AJUDAR NESSA IMPORTANTE GRANDE MUDANÇA. EXPERIMENTEM. VOCÊS PODEM GOSTAR. É ISSO!
UM LEMBRETE SUTIL: - USEM O PODER DAS PALAVRAS.
VOCÊS TAMBÉM PERCEBERÃO QUE QUANDO DIZEM AS DUAS FRASES ALGUMAS VEZES, UM SORRISO SE ABRIRÁ EM VOCÊS. USEM BEM ESTA FERRAMENTA DE AJUDA. POR EXEMPLO: EM VEZ DE DIZER “PUXA, COMO ESTOU CANSADO!”, MUDEM PARA “ANJO DA GUARDA, POR FAVOR, MANDE-ME NOVAS ENERGIAS PARA ALIVIAR ESTE MEU CANSAÇO!”. OU ENTÃO: “ENERGIAS DO EU SOU O QUE SOU, REMOVAM O CANSAÇO DE MINHAS CÉLULAS PARA QUE EU POSSA CUMPRIR OUTRAS TAREFAS”.
SUA ESCOLHA, SUAS PALAVRAS. ISSO REALMENTE FUNCIONA. MINHA PAZ E AMOR EU LHES DOU A TODOS, DENTRO E EM TORNO DA ABENÇOADA TERRA. “EU SOU O QUE SOU”.
“EU SOU QUEM SOU”
1. “EU SOU QUEM SOU”, A META SEGURA PARA CADA UM, A PORTA ABERTA À LUZ E AO SEIO ACOLHEDOR.
2. “EU SOU QUEM SOU”, A JANELA SEM TEMPO, JÁ QUE EM MIM SE CONJUGAM O PASSADO, O PRESENTE E O FUTURO.
3. “EU SOU QUEM SOU”, A ETERNIDADE, A PRESENÇA QUE DIRIGE AS SUAS AÇÕES. O ABSOLUTO EU SOU, A ETERNA MANIFESTAÇÃO. O QUADRANTE E O CÍRCULO. A ELIPSE E A PARÁBOLA.
4. “EU SOU QUEM SOU”, EM VOCÊ EU SOU. EM CADA UM EU SOU. A ETERNA VIDA, O ÓVULO E O ESPERMA.
5. “EU SOU QUEM SOU”, A MULTIPLICAÇÃO, A GÊNESE, A LUZ, A ESCURIDÃO, O PONTO E O ESPAÇO.
6. “EU SOU QUEM SOU”, A LARVA QUE SE AGITA COM SUA PEQUENA CAUDA, O SOL QUE SE DESLOCA NO ESPAÇO SIDERAL.
7. “EU SOU QUEM SOU”,  ALFA E ÔMEGA, A ESSÊNCIA CONTIDA NO SER, NO SEU NADA, ATÉ QUE A MINHA LUZ INJETE AS SUAS PRESENÇAS E LHES DÊ VIDA.
8. “EU SOU” ESSA PARTÍCULA QUE SE AGITA ALI, NA ESCURIDÃO, PEDINDO AOS GRITOS A SUA LIBERDADE.
9. “EU SOU” ESSA PEQUENA CHAMA QUE SE AGITA COMO QUE SOPRADA PELO VENTO DE UMA TEMPESTADE. OH! QUÃO TÍMIDA PARECE E QUANTO PODER HÁ ALI. A VIDA QUE CONVERGE EM UM PEQUENO PONTO E A QUE SE MANIFESTA NA TOTALIDADE DAS GALÁXIAS.
10. “EU SOU QUEM SOU”, GRAVITAM NA MINHA PRÓPRIA MANIFESTAÇÃO, GIRANDO, GIRANDO, PARA PROCRIAR VIDA NOVA, ENGENDRAR NOVA LUZ. A PARTÍCULA QUE GIRA NA MINHA ÓRBITA ACELERA O SEU RÍTMICO GIRAR E PENETRA NO MEU NÚCLEO, ALI SE IMPREGNA, É INJETADA DE LUZ. FECUNDADA, SAI PARA GESTAR EM SI NOVA VIDA. VOCÊS SÃO ASSIM: PARTÍCULAS QUE TÊM GIRADO E GIRADO, GRAVITANDO EM TORNO DE MIM ATÉ QUE, AO ACELERAREM O SEU MOVIMENTO, TÊM TRANSPASSADO O LIMITE DA MINHA LUZ E TÊM-SE FECUNDADO NO MEU NÚCLEO, PROJETANDO-SE AGORA COMO LUZ QUE DEVE SER EXPRESSA NOS SEUS MUNDOS, DAS SUAS PRÓPRIAS ÓRBITAS PARA CADA PARTE DA VIDA.
11. “EU SOU QUEM SOU”, A POLARIDADE SEM POLARIDADE, A PORTA SEM FECHADURAS, MAS QUE NÃO É ABERTA POR QUEM NÃO SE DISPÔS A GIRAR MAIS ACELERADAMENTE PARA INCINERAR-SE EM MIM E RESSURGIR COMO A FÊNIX, COM MAIS ESPLENDOR AINDA.